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Ideias e Factos: Alertas climáticos

Agostinho Dias - 11/05/2017 - 14:42

Dizem as estatísticas do Instituto Nacional de Meteorologia que o mês de abril foi o mais quente e seco dos últimos 86 anos. É preciso recuar a 1931 para se encontrar algo parecido. Tivemos neste mês as mais altas temperaturas, quer máximas, quer mínimas. Se não chover, anuncia-se um Verão muito seco e com falta de água, havendo já em Portugal situações de seca moderada, com albufeiras que estão a 40% da sua capacidade; felizmente que a Marateca ainda está a 80%. Paralelamente a isto não admira que já tenham ardido mais de 350 hectares de floresta, e tenham morrido afogadas 36 pessoas, nos 4 primeiros meses deste ano. Na agricultura ainda há água para as regas, mas, continuando assim, em breve a seca se fará sentir; estas temperaturas altas não impediram que na madrugada de 1 de maio, entre nós, se tenha formado geada em muitos locais que destruiu várias culturas e árvores.
Tudo isto mostra que o clima está a mudar com alterações repentinas, com inundações graves em algumas zonas e com secas severas noutros lados. Pode o presidente Trump dizer que os que falam de alterações climáticas é só para prejudicar a indústria americana, e por isso ordenar a exploração de petróleo na Antártida que o seu antecessor vetara.
Mas tudo isto não acontece por acaso, tem causas na industrialização desordenada e na exploração desordenada do planeta. Como diz o papa Francisco na Laudato Si é preciso regressarmos a uma ecologia integral: ambiental, económica, social e cultural que se note na vida quotidiana, respeite o bem comum e defenda a justiça intergeracional. Isto só se consegue com diálogo sobre o meio ambiente na política internacional, que leve a novas políticas nacionais e locais; exige-se transparência nos processos decisórios e uma política que leve à plenitude humana. É preciso educar para a aliança entre a humanidade e o ambiente, que leve à conversão ecológica geradora de alegria e paz. A política do descarte que estamos a seguir só leva à perda da biodiversidade, à degradação da qualidade de vida humana, à degradação social, e à desigualdade planetária, diz o Papa.

 

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