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Ideias e Factos: As festas e romarias

Agostinho Dias - 05/04/2018 - 9:23

Eis-nos chegados ao tempo das romarias e das festas populares! Muita gente admira-se de as festas se manterem com pujança e volumosos orçamentos, apesar dos tempos de crise e poupança que temos vivido. É comum dizer-se que o povo precisa de festas e divertimentos, porque o quotidiano é demasiado duro. Isso justifica a descompressão estival, os divertimentos às vezes à boleia dos Santos que festejamos. Na Idade Média defendia-se na faculdade de Teologia da Universidade de Paris que somos como os barris de vinho: “ Os barris de vinho rebentam se não os abrimos de vez em quando para sair algum gaz”. Assim os humanos precisam de dias de loucura para depois podermos voltar com mais zelo ao serviço de Deus e ao cumprimento das nossas obrigações. Isto justifica que em honra do Santo Padroeiro não se vá apenas à Missa e Procissão, mas também ao arraial, às farras e bebidas.
Na Idade Média havia a “festa dos tolos”, que decorria nos últimos quatro dias do ano. Nela eram permitidas todas as loucuras com jogos, bebidas, brincava-se aos sermões e até às coisas mais sagradas, precisamente com os argumentos atrás referidos.
S. Oscar Romero, recentemente canonizado, aponta para o critério decisivo que mesmo nas festas devemos ter em conta: “como é que eu trato os pobres? Porque é neles que está Deus”. Em tempos de festa não podem ficar esquecidos os idosos, os doentes, os miseráveis, que não estão em condições de “ir à festa”, mas que são incomodados com o barulho, com a falta de assistência, ou até com o abandono. Há fatores que obscurecem a festa: a ostentação ou os excessos. A alegria sóbria é a mais bela e a que menos pode ofender…

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