A descentralização parece ter sido a palavra de ordem no congresso da ANAFRE realizado em Viseu em finais de janeiro.
Aí o Presidente da República defendeu esta ideia, mas no que toca às freguesias disse que os mais pobres devem possuir “um mínimo incompressível” de recursos financeiros sem o qual não é possível viver com dignidade.
Apelou a que a lei das finanças locais em preparação tenha isso em conta.
Falar de descentralização é também falar de um país onde o interior está em nítida inferioridade em relação ao litoral.
No interior centro a natalidade tem a taxa de 7,5 que é a mais baixa do continente que está nos 8,5.
A diminuição média da família tem-se acentuado com o aumento de pessoas a viverem sós. Isto deve-se à emigração dos casais jovens que aqui não encontram emprego nem condições de vida.
Sabendo que a sustentabilidade de uma região defende dos seus recursos, entre os quais os humanos, descentralizar tem de se dar prioridade a estes problemas do interior do país.
O Interior precisa de ser mais atrativo para os casais jovens, é preciso criar mais empresas e empregos, discriminando positivamente esta região.
Não é aumentando portagens na A23 e A25, não é pagando as madeiras ardidas a preços de saldo, devido ao excesso de oferta, não é lamentando apenas que todos os meses morram 5 idosos em acidentes de trator, não é ameaçando pura e simplesmente encerrar as empresas poluidoras que ainda dão os empregos que há, não é olhando para a tragédia dos incêndios apenas com ar de compaixão, não é fechando escolas, repartições e serviços, que se discrimina positivamente o interior centro do país.
Há muito mais a fazer a partir da descentralização planeada.
agostinho.dias@reconquista.pt