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Ideias & Factos: O povo é sereno

Agostinho Dias - 14/12/2023 - 9:49

Desde o dia em que o Presidente da República anunciou eleições antecipadas, vimos assistindo por parte dos partidos políticos a uma campanha desenfreada que não poupa dirigentes políticos, nem responsáveis do governo da nação: é na Assembleia da República, é nos comícios, é na comunicação social e até no Ministério Público com dezenas de denúncias anónimas contra o poder local. Tudo serve para o ataque político a pessoas, a instituições e a partidos ou tendências adversárias. Parece que vale tudo para deitar abaixo aqueles de quem não gostamos; é a lei do “mata e queima”.
Será este o caminho mais certo, correndo o risco de cairmos em atitudes fundamentalistas? Os fundamentalismos nunca foram positivos, nem para quem ou usou, nem para as suas vítimas; basta pensar na “Santa Inquisição”, nos nazismos, ou nos grupos que se afirmaram como os únicos perfeitos: gnósticos, albijenses, cátaros, etc., etc. Todos temos telhas de vidro e por isso há que ter cuidado quando apontamos o dedo ameaçador para os outros. Lembro o dito de Cristo aos fariseus que queriam condenar à morte a mulher adúltera: “quem de vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra”. E foram-se todos embora, a começar pelos mais velhos…
Precisamos de quem aponte os seus programas políticos que depois se obriga a cumprir, de quem apresente ideias para ter respostas aos problemas concretos do nosso país, mas sem ataques soezes aos adversários políticos, num clima de liberdade e serenidade. É isto a democracia. A ditadura é que faz calar os adversários pela força, com ameaças violentas, com  denúncias despropositadas. O povo português está suficientemente “maduro” para não ir em gritarias, ou cantigas já sabidas de cor. Nem sempre aquele que mais grita é o que tem razão.

Agostinho Dias
agostinho.dias@reconquista.pt

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