Os partidos populistas são caraterizados por colocarem os naturais do próprio país acima de tudo e de todos, e negarem receber imigrantes, refugiados e estrangeiros. Reforçam as fronteiras da nação, fazem declarações xenófobas, aumentam as despesas com a própria defesa, tudo isto em nome do bem da nação. Recusam os islâmicos como terroristas, e todos aqueles que consideram perversos. Vemo-los em ação na América de Trump, nos partidos nacionalistas de Marine Le Pen, da Holanda, da Hungria, etc. Em Portugal começam a aparecer sinais, sobretudo entre grupos jovens, desta ideologia, que levaram ao cancelamento de uma conferência na Universidade Nova de Lisboa. Bastará surgir um líder que agrupe todos estes que são contra os estrangeiros, os refugiados, os ciganos, os gay, ou os negros, e aí teremos um grupo já numeroso pronto a entrar em ação.
É preciso não esquecer que Portugal é um país de emigrantes que há milhões de portugueses a viver na diáspora, antes de entrarmos nestes populismos. A comunidade multinacional que conseguimos construir sobretudo com os Palop’s (países de língua portuguesa) tem sido a nossa maneira única de nos afirmarmos no Mundo. Desde o séc. XV que Portugal é uma comunidade de comunidades que deu novos mundos ao Mundo. Esta é a nossa identidade e a nossa marca. Os populismos que começam a aparecer podem fazer esquecer tudo isto.
É certo que estamos a viver tempos difíceis com muitos desempregados, com dois milhões de pobres, com grandes desequilíbrios entre os muito ricos e os pobres, com grandes saques nos bancos, com uma natalidade negativa em relação à mortalidade, etc. Só que estes problemas não se resolvem fechando-nos ao Mundo. Antes pelo contrário, a abertura ao turismo, à aceitação dos estrangeiros, as remessas dos nossos emigrantes, exportações para os outros países, estão sendo a alavanca para resolver os nossos problemas. Se nos fecharmos perdemos tudo isto.
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