Se olharmos para as necessidades de profissionais no nosso país, verificamos um caso curioso: por um lado há falta de médicos, de professores, de algumas categorias de funcionários públicos; não há quem substitua aqueles que se estão a aposentar, o que vem complicando cada vez mais a situação – filas nas urgências, turmas sem professores, tribunais que não funcionam por falta de funcionários, etc. Por outro lado há excesso de políticos e assessores políticos à briga para entrar nas listas eleitorais, multiplicam-se os partidos políticos, para qualquer cargo desde presidente da junta, a deputado, ou ministro nunca faltam concorrentes à luta pelo cargo. Será interessante fazer um estudo para ver as causas desta situação, olhando para o que se passou em Portugal nos últimos 15 a 20 anos e que nos fez chegar a esta situação.
Como toda a gente de um modo geral procura os lugares mais rentáveis e de maior destaque social, teremos de admitir que os nossos jovens deste séc. XXI, ou veem na política esses lugares e enveredam por aí, ou os que vão para médicos ou professores, descobriram que emigrando vivem melhor do que ficando a trabalhar em Portugal, e saíram o país. Se fôr assim, teremos de concluir que os nossos políticos nos últimos 20 anos pensaram mais neles próprios e no seu bem estar e criaram uma carreira atrativa para eles, em vez de servirem o país e o seu desenvolvimento como juram no ato da tomada de posse. Agora na campanha eleitoral fazem discursos de horas a prometer o bem do país; esperamos que depois não continuem só a pensar neles próprios…
Agostinho Dias
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