Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Ideias e factos: Taxas e impostos

Agostinho Dias - 20/04/2017 - 11:49

Segundo os dados estatísticos, 41% dos rendimentos dos portugueses são para pagar taxas e impostos, isto é, por ano trabalhamos para esta finalidade cerca de 5 meses.

Nos países da OCDE essa percentagem é de 36%.
Apesar de ser muito,  tudo estaria certo se este dinheiro fosse para investir no país criando mais empregos, melhor saúde e educação, mais segurança e melhor cultura.

No entanto a realidade é outra.

Uma grande fatia é para amortizar e pagar juros da dívida monumental que governos perdulários nos deixaram; outra grande fatia é para pagar àqueles que se sentam à mesa do orçamento público: políticos a mais, função pública, empresas de consultadoria produtoras de estudos bem pagos, inúmeras fundações, etc.

Quando digo políticos a mais, falo no número demasiado grande de deputados na Assembleia da República, daqueles que se reformaram com 8 anos de serviço, quando o resto da população precisa de 40, das mordomias dos ex-presidentes da República, etc.

Finalmente outra grande fatia vai para a recapitalização de bancos cheios de crédito malparado por incompetência, ou até crime de gestores que emprestaram e desviaram dinheiro para amigos, ou paraísos fiscais, e que agora são acusados de corrupção, fraude, fuga de capitais e fuga ao fisco, sem que no entanto nada lhes aconteça de especial.

Estes crimes são difíceis de comprovar, eles têm dinheiro para fazer recursos até aos tribunais europeus, os agentes do capitalismo selvagem encobrem-se uns aos outros, o tempo passa e tudo vai acabar em prescrição.

Entretanto o português pagou para eles “se amanharem” e para os bancos que deixaram arruinados se poderem recapitalizar, sem causar mais estragos aos clientes lesados.
Com o sacrifício de todos o deficit pode baixar até 1%, mas o país terá sempre dificuldade em levantar-se enquanto estivermos nesta situação donde não conseguiremos sair tão depressa, venha o governo que vier.


agostinho.dias@reconquista.pt

COMENTÁRIOS

João Eduardo
à muito tempo atrás
Se as eleições fossem obrigatórias e não secretas, se o modo de Hondt deixasse de existir, e fosse mudado para outro sistema, e se em vez de presidencia que pouco ou nada representa, Portugal subiria e muito, no nível de vida.
Em 1640 Portugal era um bom sítio para viver, só que uma estúpida queria que os mortos ficassem dentro de casa, os mortos vieram para a rua e Portugal é isto, um país governado por 'zombies'.