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Ideias e Factos: Temos de ouvir os alertas!

Agostinho Dias - 27/05/2021 - 9:35

A falta de matéria prima está a trazer problemas a algumas das indústrias  portuguesas, nomeadamente no sector da industria automóvel e do têxtil. Em março a auto-europa produziu menos 5.700 veículos, devido a uma paragem forçada por falta de chips. Estes semicondutores estão ligados ao cobre, aço e alumínio; o preço do cobre aumentou 200% o do aço 40% e do alumínio 100%. Por sua vez no têxtil as empresas que produzem químicos para serem usados nesta indústria suspenderam a produção sobretudo por falta de mão de obra, devido ao covid.
Estas faltas de matéria prima são atribuídas em parte à falta de mão de obra e em parte pela crise de minerais e químicos necessários para a matéria prima a utilizar nestes sectores. Se a falta de mão de obra pode estar relacionada com a pandemia do covid-19, ela também pode já ser resultante do decréscimo populacional que se vem verificando em Portugal. O “inverno demográfico” pode estar já a fazer sentir os seus efeitos entre nós. Acontece ainda que a crise de minerais e químicos pode dizer respeito ao esgotamento dos recursos naturais necessários. Todos sabemos que estamos a consumir recursos acima daquilo que a natureza nos é capaz de dar em cada ano; esses recursos não são ilimitados, e será bem grave para o mundo se, eles já estão a ficar esgotados.
No n.º 57 do Laudato Si o Papa Francisco diz: “A submissão da política à tecnologia e à finança, demonstra-se na falência das cimeiras mundiais sobre o meio ambiente. Há demasiados interesses particulares, e com muita facilidade, o interesse económico chega a prevalecer sobre o bem comum e manipular a informação para não ver afetados os seus projetos… A aliança entre a economia e a tecnologia acaba por deixar de fora tudo o que não faz parte dos seus interesses imediatos”.
Ao terminarmos o ano dedicado à encíclica Laudato Si ela parece vez mais necessária para a reflexão da humanidade. O Papa propõe como atitudes fundamentais “a sobriedade, o consumo responsável, o uso das energias renováveis”.

Agostinho Dias
agostinho.dias@reconquista.pt

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