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Igreja: Evangelização envolve a família e os leigos

José Júlio Cruz - 01/02/2024 - 8:30

Com alertas para o facto de o mundo sofrer quando a família está «doente», D. Antonino Dias desafia cristãos a assumirem responsabilidades.

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Jornada decorreu no auditório da Superior de Tecnologia

O Bispo de Portalegre-Castelo Branco alertou no passado sábado para o facto de “quando a família está doente, o mundo está doente”. Não é a primeira vez que D. Antonino Dias utiliza esta expressão para caraterizar os dias que correm, mas desta vez fê-lo no seio da Jornada Diocesana da Família que teve como tema o modo como a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) se deve refletir nas famílias.

A jornada decorreu no passado sábado, 27 de janeiro, na cidade albicastrense, no auditório da Escola Superior de Tecnologia e constituiu um momento de reflexão e partilha de experiências a partir da JMJ 2023 que decorreu em Lisboa no ano passado.

Lembrando que “a justiça de Deus vem pela fé em Jesus Cristo, o prelado referiu que “sempre que desafiamos os cristãos à formação, tem de existir antes esta experiência”. Isto porque, como frisou, “a evangelização começa na família e os leigos têm de assumir também esta responsabilidade que é de todos”.

“Não podemos ser só consumidores da evangelização, temos de lançar a semente, ser protagonistas no seio da nossa comunidade”, exortou D. Antonino Dias, que no final da tarde presidiu à celebração da eucaristia na Sé albicastrense, encerrando a jornada.

Retomada depois de ter sido interrompida no decurso da pandemia, a jornada foi também a oportunidade para o novo secretariado se apresentar e reiniciar caminho.

O padre Rui Rodrigues, natural de Sarzedas e atualmente em Portalegre, onde é também assistente na Cáritas Diocesana, foi o conferencista desta jornada, tendo recordado todo o processo inerente à realização da JMJ no nosso país, desde o anúncio que foi feito no Panamá às posteriores declarações do Papa já depois do final da mesma.

E nesse contexto conclui que “agora é o tempo de contar a todos os que vivemos na JMJ”. Rui Rodrigues destacou o facto de o Papa ter considerado a JMJ como “uma jornada com todos e para todos. Todos, todos, todos”, indicando até o número de vezes que Francisco utilizou a palavra todos ao longo da mesma – 102 vezes.

“A família é a base de tudo isto que aconteceu”, asseverou o conferencista, para quem “o universo cultural que entrou nas casas de cada família que acolheu jovens de outros países foi muito importante” e daí que “todos tenham ficado rendidos a esses jovens”.

Apesar do ambiente ter sido sempre de festa, no rescaldo desta iniciativa, o sacerdote albicastrense realçou que “devemos continuar a mexer e a provocar, a fazer a diferença”, porque, como justificou, “Jesus quer estar connosco”. Daí que preconize, tal como o fez D. Antonino, “a sermos todos missionários a espalhar pelos continentes o que se viveu em Lisboa”.

E voltando às palavras do Papa Francisco, Rui Rodrigues rematou que “ao lado dos jovens não se envelhece”, pelo que “não devemos administrar o medo, mas sermos empreendedores de sonhos (…) o nosso dever é investir na formação e no acompanhamento dos jovens. Deixá-los brilhar!”.

Um painel que integrou famílias e outros participantes na JMJ portuguesa marcou também os trabalhos desta jornada diocesana. O pároco da Sé albicastrense, Nuno Folgado, foi o moderador procurando estimular e até provocar os diferentes intervenientes, puxando pelas experiências de cada um durante a JMJ e depois da mesma. O que mudou? Quis saber. A conversa fluiu.

Nuno Folgado interrogou-se também sobre “como é que a mesma cidade que acolheu a JMJ pode agora vir a acolher uma manifestação de extrema-direita?”. Esta questão não ficou apenas a pairar na sala, uma das participantes acabou por encontrar uma resposta no seio do espírito que presidiu a este encontro, dizendo que “os conflitos interiores existem e às vezes cada um segue o que é mais fácil em cada momento”.

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