Inês Pires está a realizar a melhor época de sempre na sua ainda jovem carreira
Natural de Castelo Branco, 17 anos, atleta do Grupo Convívio e Amizade nas Donas (GCAD), pupila do professor Luís Rechena, aluna do 12.º ano da Escola Secundária Amato Lusitano. Campeã nacional júnior e sub-23 de provas combinadas em pista coberta. Vice-campeã absoluta de Portugal.
Belo cartão de apresentação. Falamos de Inês Pires, o novo talento que emerge a partir do atletismo do distrito de Castelo Branco Fomos conhecê-la melhor. A conversa decorreu na pista municipal da cidade albicastrense.
De onde vem o gosto pelo atletismo?
- “Dos megas, do Desporto Escolar. A minha melhor amiga desafiou-me a ir. Fui e gostei”.
Notou-se logo jeito?
- “Quando comecei a treinar com regularidade e a ir a competições, os resultados alinharam nesse sentido. Apercebi-me que tinha alguma qualidade para levar o atletismo mais a sério”.
É uma atleta de várias disciplinas:
- “Sim. Isso passa pelo parecer do treinador, mas também por apreciar fazer mais de uma prova numa mesma competição. Não sendo especialista numa disciplina, defendo-me bem em várias. E essa é uma característica de quem faz combinadas”.
São cinco provas em pista coberta e sete em pista ao ar livre…
- “De uma para a outra acrescentamos os 200 metros e o lançamento do dardo. Na pista coberta, é 60 barreiras, salto em altura, peso, comprimento e 800 metros”.
Há algum ponto fraco?
- “É nos 800 metros que me sinto menos à vontade. Acho, até, que tem a ver mais com o aspeto psicológico. Estamos a trabalhar para melhorar também neste particular”.
Quantas horas dispensa ao treino?
- “Treino diariamente, na pista ou no ginásio. Pelo menos duas horas por dia”.
Campeã júnior, campeã sub-23, vice-campeã absoluta de Portugal. Aos 17 anos. Era expetável?
- “Às vezes corre bem, outras nem tanto! O ano passado fui representar Portugal e caí nas barreiras. Esta época sabia que podia fazer um bom resultado no meu escalão de juniores. O mais surpreendente foi mesmo o 2.º lugar absoluto nos Campeonatos de Portugal”.
Ali a partilhar espaço com atletas de referência, como Patrícia Mamona, Nelson Évora…
- “É uma sensação difícil de descrever. Afinal estão ali os nossos ídolos. Sentimos que o esforço que realizamos vale a pena”.
Daqui para a frente…
- “Continuar a evoluir. Vamos ter em maio as combinadas ao ar livre”.
A manter este nível, é natural que os clubes que mais apostam no atletismo, comecem a estar atentos à Inês.
- “Sinceramente, ainda não pensei muito nisso. O futuro dirá. Mas, sim, gostava de fazer carreira”.
E como concilia estudos e atletismo?
- “Não é fácil! Temos de nos focar. Porque ambos exigem muitas horas. É uma questão de disciplina e algum rigor”.
Está no 12.º ano. Aproxima-se o ingresso no Ensino Superior. Poderá condicionar a parte desportiva?
- “Espero que não. A perspetiva é continuar a conciliar as duas coisas”.
Que área académica pretende seguir?
- “Saúde. Concretamente ainda não sei. Possivelmente entre Ciências Farmacêuticas e Optometria”.
Aprecia outros desportos?
- “Sim, vários. A dança, por exemplo. Fiz ballet quando era pequena”.
VICE-CAMPEÃ SUB-23 NO SALTO EM ALTURA
E saiu mais um pódio nacional!
Já depois da conversa que tivemos com Inês Pires, saiu mais um resultado de topo nacional. A atleta do GCAD é vice-campeã nacional de esperanças (sub-23) no salto em altura. Saltou 1,61m no Altice Forum de Braga, onde decorreu o campeonato sob a égide da Federação Portuguesa de Atletismo. Foi a derradeira prova da época de pista coberta.
Inês Pires correu ainda os 60 metros em 60,16, o que correspondeu ao 6.º lugar. Em competição esteve também Daniela Silva.