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JMJ 2023: Umas jornadas que não vão ser só Lisboa

José Furtado - 01/10/2022 - 14:56

VÍDEO Milhares de participantes no encontro mundial do próximo ano vão andar pelas dioceses espalhadas pelo país. Organização fala em grande oportunidade e pede empenho na receção.

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Diocese de Portalegre-Castelo Branco prepara já a receção a muitos dos participantes. Foto arquivo

O calendário marca menos de um ano para aquele que será um dos maiores acontecimentos a realizar em Portugal, tendo Lisboa como epicentro. Mas a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023, a realizar em agosto do próximo ano, promete ir muito além dos cinco dias em que também é esperado em Portugal o Papa Francisco. Uma boa parte dos mais de um milhão de jovens de vários pontos do mundo que podem afluir à capital devem antes disso andar pelas dioceses espalhadas pelo país e neste momento só o Arciprestado de Castelo Branco espera receber 500 jovens, oriundos de França, tal como o Reconquista já tinha noticiado.

Filipe Diniz, o diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, que também é responsável pela peregrinação dos símbolos da JMJ 2023, disse ao Reconquista que este acontecimento “é uma oportunidade de acolher os jovens que querem vir mais cedo para conhecer as várias das dioceses portuguesas e aquilo que são os territórios”. Este foi um dos temas abordados em Fátima nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social, este ano dedicadas em exclusivo a este acontecimento.

Os jovens que vão andar pelas dioceses antes da JMJ serão acolhidos em famílias e espaços comunitários, como pavilhões. Essa expectativa implica que as comunidades se empenhem, o que já está a acontecer.

“Não podemos esquecer que se queremos receber temos de preparar algo, onde devemos ter em conta dar a conhecer a riqueza cultural e ter momentos de missão com as comunidades”, refere o sacerdote. Esta sugestão não é uma desresponsabilização da organização mas a noção que cada diocese é muito específica e tem a sua estrutura, razão pela qual devem ser as comunidades locais a definir o programa, diz Filipe Diniz.

“Os números vão ser diferentes em todas as dioceses porque isso depende da capacidade que cada uma tem para receber”, acrescenta este responsável, que tem a noção que esta “é uma ótima oportunidade para mais à frente vir conhecer o país”.

A plataforma de inscrições, incluindo para voluntários, abrirá em breve mas já há grupos a fazerem contactos diretos para as dioceses, como prova a expectativa no Arciprestado de Castelo Branco.

Filipe Diniz diz que a JMJ 2023 está a ter já um papel de motivação das comunidades cristãs, que se envolveram ativamente em momentos como a peregrinação dos símbolos, que neste momento percorreram 11 dioceses, incluindo Portalegre-Castelo Branco e a Guarda, onde se inserem os concelhos do distrito de Castelo Branco.

“Sentimos isso. A grande maioria das dioceses já estão a trabalhar em prol da jornada, naquilo que é a motivação dos seus jovens não só para acolher os que chegam mas também para motivar os seus próprios jovens para o acolhimento e a participação nas jornadas”.

D. Américo Aguiar, o presidente da Fundação JMJ 2023, disse aos jornalistas que estas jornadas, que são dinamizadas pela Igreja Católica, querem ser também um ponto de encontro de cidadania e por isso a organização está a estimular a realização de uma assembleia de jovens das Nações Unidas mas também um Parlamento Europeu Jovem, respondendo desta maneira ao apelo do Papa Francisco “que diz-nos para não ficarmos presos ao costume”.

A organização promete ainda uma jornada ecológica, seguindo mais uma vez o apelo de Francisco. Neste caso “vamos tentar passar do blá blá blá para a prática”. Um dos primeiros compromissos é a substituição das publicações em papel pelo digital. Mas há mais ideias em cima da mesa, como a possibilidade de oferecer carga de bateria ou internet sem fios em troca da recolha de lixo.“O que queremos é que os jovens, ao regressarem à sua realidade, possam colocar na prática a conversão ecológica”, diz o presidente da fundação.

A organização deste encontro promete transformar uma vasta zona em Beirolas, entre os concelhos de Lisboa e Loures, dando continuidade à reconversão urbanística iniciada na década de 1990 para a realização da Expo´98. O recinto será transformado num parque verde que ficará depois das jornadas. D. Américo Aguiar garantiu ainda que todas as estruturas desta organização, concentradas na antiga Manutenção Militar no Beato, serão colocadas ao serviço da juventude, podendo ser aproveitadas, por exemplo, para a instalação de novas empresas.

O que ficou ainda por responder (e que era a expectativa de muitos dos jornalistas que foram até Fátima) é quando virá o papa. Duarte Ricciardi, o secretário executivo da JMJ 2023, disse que ainda não há confirmação do dia da chegada de Francisco mas cumprindo-se o que tem sido regra deverá haver uma visita a um santuário mariano, com Fátima a ser a escolha óbvia. A acontecer será a segunda visita do Papa Francisco, que esteve no centenário das aparições, em 2017.

 

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