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José Freitas da Silva: A minha despedida dos leitores

José de Freitas Silva, maio de 2015 - 27/02/2016 - 14:55

O Reconquista recorda o último texto de José Freitas neste jornal, com data de 28 de maio de 2015.

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Estou a fazer agora 65 anos.

Como escrevi a primeira crónica de jornal na Horta aos 15 anos, foram já 50 anos de escrita.

Vou parar em definitivo.

Meio século é muita coisa.

Claro que não abandono a escrita mas de outras formas e em mais altos voos.

Escrevi também noutros jornais e esse material está todo concentrado em poder do meu irmão que é a pessoa ideal para rever tudo, selecionar os melhores escritos, rever gralhas e outros lapsos e depois de escolher "the best of", angariar patrocínios privados e do Governo Regional dos Açores, avançar para a impressão e publicação do trabalho em livro, não sendo de estranhar se surgir o volume I, volume II, etc porque é muito material.

Tive que enviar a encomenda de navio pois os portes do correio por via aérea custavam um balúrdio.

O Hélio tem uma tarefa gigantesca a seu cargo mas sei que está a trabalhar neste assunto com grande prazer e entusiasmo.
Gostaria que o livro fosse barato porque os mais humildes e fiéis leitores não podem gastar muito em livros.

Para mim não quero um cêntimo.

Só me interessa deixar aos filhos uma casa paga, um curso a cada um e uma pasta de elásticos cheia de cartas e postais de pessoas que nem conheço a manifestar apreço por tudo o que escrevi.

Plantei duas árvores cá, várias na minha ilha e muitas hortênsias também.

Não há qualquer problema com o Reconquista e nunca houve qualquer zanga ou amuo.

Agradeço a toda a gente do jornal particularmente ao José Júlio Cruz a paciência para me aturar e fazer algumas vontadinhas. 
Estou eternamente grato à vizinha Carla Paulo, marido e filhos.

Durante anos e anos foram eles que passaram os meus textos manuais a computador e, além de os enviarem para o jornal, teclavam aqui e ali e foram semeando a minha escrita para os irmãos em diferentes ilhas e também amigos por outros países deste Mundo de Cristo.
Agora em muitos países avançados está a renascer a muda das máquinas de escrever e a escrita com caneta.

De facto uma carta de um amigo em computador é a coisa mais triste e deprimente deste mundo.

Eu só sinto a alma a saltar para o papel através da tinta.
Desejo tudo de bom ao Reconquista que também iniciou uma nova fase e aos seus leitores de sempre.

Sem menosprezo por ninguém, nunca percam um artigo do dr. Costa Alves. Aprender até morrer.

 

NOTA: No que me diz respeito a mim Carla Paulo e à minha família foi um prazer ter colaborado com este excelente ser humano, profissional e amigo. Também o meu Obrigada...

Carla Paulo

COMENTÁRIOS

oluap10
à muito tempo atrás
adorava as seus artigos Dr,