Tribunal de Castelo Branco. Foto arquivo Reconquista
A leitura da sentença do caso do incendiário da Sertã, que estava marcada para esta terça-feira, foi adiada para dentro de uma semana, numa data ainda a definir.
Nélson Afonso, que ficou conhecido como o “engenheiro incendiário”, responde por 16 crimes de incêndio ocorridos num período entre junho de 2017 e julho de 2021, quando foi detido, encontrando-se desde então no Estabelecimento Prisional de Castelo Branco.
As alegações finais foram conhecidas a 16 de setembro e a sentença deveria ter sido lida esta terça-feira no Tribunal de Castelo Branco a partir das 14H00, tendo sido adiada sem ter sido dada uma justificação publicamente.
O Ministério Público e os advogados de acusação pedem a pena máxima de 25 anos para o arguido, que logo na primeira sessão, em abril deste ano, confessou a autoria de 15 dos 16 crimes.
Por seu lado, a defesa pede uma pena especial de internamento.
desses incêndios provocou ferimentos a uma pessoa, que esteve hospitalizada durante três meses em Lisboa, dos quais duas semanas em coma.
A defesa alegou a existência de stress pós traumático e depressão e chegou a pedir uma nova peritagem, que foi recusada pelo coletivo de juízes.
Recorde-se que os incêndios que ateou consumiram mais de 64 mil hectares, na Sertã e nos concelhos vizinhos de Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei, tendo causado um prejuízo direto avaliado em 200 milhões de euros (entre casas, máquinas agrícolas, culturas e floresta).
O arguido usava engenhos incendiários, com temporizadores, o que lhe permitia estar sempre noutro local distante do ponto de ignição. Além disso, alguns chegaram a deflagrar em simultâneo e em locais de difícil acesso. O Estado pede por isso a condenação do arguido e exige-lhe uma indemnização superior a quatro milhões de euros, para ressarcir os custos dos meios envolvidos no combate aos incêndios.
Está agendado para a manhã do dia 29 de abril o início do julgamento do “engenheiro incendiário” que chega à barra do Tribunal acusado de 16 crimes de incêndio.
Nelson Afonso confessou 15 dos 16 crimes de que está acusado e mostrou-se arrependido perante o tribunal.
A defesa pede que o arguido se mantenha sob custódia, mas com uma medida de prevenção especial.
Pressa para quê?
Há muito tempo.
Coitado, talvez uma pena especial de internamento, também só causou prejuízos de 200 milhões de euros.