Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Malcata: Colónia de abutre-preto instala-se na reserva

Reconquista - 29/11/2021 - 17:53

Ninhos foram descobertos com recurso a aves marcadas com emissores. Espécie está na lista de animais em perigo.

Partilhar:

Foto arquivo Reconquista

 

A terceira maior colónia de abutre-preto existente em Portugal foi descoberta na Reserva Natural da Serra da Malcata. O feito foi divulgado pela Rewilding Portugal, uma organização privada ligada à conservação da natureza que tinha confirmado no início de novembro a existência de uma colónia em que se confirmou sucesso reprodutor em vários casais. A Malcata junta-se assim ao Tejo Internacional, Alentejo e Douro Internacional na geografia desta espécie em Portugal, o que na prática faz com que as áreas protegidas localizadas no distrito de Castelo Branco tenham duas das três maiores colónias desta ave a nível nacional.

Sara Aliácar, técnica de conservação da Rewilding Portugal, disse ao Reconquista que até esta data, na Malcata, “só se conhecia um casal que tivesse tido sucesso reprodutor”. A descoberta de mais três ninhos, dois dos quais com casais que tiveram sucesso reprodutor, foi possível depois de um juvenil da espécie ter sido marcado com um dispositivo GPS, que permitiu à equipa da Rewilding Portugal seguir o rasto da ave, que ainda partilhava o ninho com os pais. Mas a história desta colónia ainda pode estar só no início.

“Ainda é preciso primeiro monitorizar mais para perceber o número e as dimensões reais da colónia, porque suspeitamos que poderá haver mais do que aqueles que nós descobrimos”, diz Sara Aliácar. É um trabalho para vários anos, espera.

O abutre-preto “precisa de habitat para nidificar e de não ser perturbado. Não é uma espécie que se consiga criar na proximidade de humanos e de atividades de impacto” e na Malcata existem estas condições, assinala. Depois foi também importante a existência de um alimentador de aves necrófagas, um esforço que é para continuar.

“Estamos a apoiar criadores de gado para que possam licenciar as suas explorações como áreas privadas de alimentação de aves necrófagas”, de modo a que os criadores pecuários possam colocar os animais mortos no campo para serem consumidos por estas aves.

A origem destes animais que se instalaram na Malcata ainda não é clara mas não é de excluir que tenham vindo do Tejo Internacional ou até da Serra da Gata, mesmo ali ao lado em Espanha. Mas Sara Aliácar reforça que embora estas zonas possam “ter tido uma influência positiva” ainda é cedo para tirar conclusões seguras.

Imagem Rewilding Portugal

 

Notícia atualizada com as declarações de Sara Aliácar, técnica de conservação da Rewilding Portugal

COMENTÁRIOS