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Malpica do Tejo : Fechar serventias “é contra a lei e contra o povo”

Reconquista - 05/08/2021 - 8:00

O Bloco de Esquerda questionou o governo sobre a proibição da passagem nos caminhos públicos de Malpica do Tejo ao rio Tejo, após visita ao local.

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População reuniu-se para receber comitiva do Bloco de Esquerda

As deputadas do Bloco de Esquerda (BE) Isabel Pires e Mariana Mortágua são as subscritoras da pergunta endereçada ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação, através da Assembleia da República, sobre a proibição da passagem nos caminhos públicos de Malpica do Tejo ao rio Tejo.

Esta questão seguiu após uma visita ao local, dia 30 de julho, de uma comitiva do BE, da qual fazia parte o deputado José Manuel Pureza e os candidatos autárquicos do partido ao concelho de Castelo Branco, para tomar conhecimento, junto da população, da situação derivada da proibição de passagem nos caminhos públicos que dão acesso ao cais fluvial daquela localidade, considerando este ato “contra a lei e contra o povo”.

O BE questiona se “tem o Governo conhecimento da situação? Que diligências tomará o Governo para assegurar o direito de passagem e o acesso aos caminhos públicos de Malpica do Tejo ao rio Tejo? Está o Governo disponível para exigir, junto da Câmara Municipal de Castelo Branco, o apuramento das responsabilidades civis e criminais das práticas descritas, com vista à indeminização da população lesada daquela localidade?”

No requerimento, recordam que a população tem, pelo menos desde o século XVI, serventia em dois caminhos públicos que dão acesso ao rio Tejo, nomeadamente o caminho de Negrais e o caminho do Bradadouro.

Recorde-se que “há três anos, os proprietários do Monte de Negrais decidiram colocar uns portões no caminho público impossibilitando o acesso ao rio Tejo. Há cerca de dois anos, o proprietário do monte, vedou também o acesso ao rio através do caminho do Bradadouro, de acesso ao cais de embarque inaugurado por António Guterres, então Primeiro-Ministro, na sequência da implantação do Parque Natural do Tejo Internacional. Estas situações acarretam transtornos à população ribeirinha, tanto de Espanha como de Portugal, mas também a proprietários privados que se veem impedidos de aceder aos seus terrenos.

Durante o passado mês de junho, e sem autorização da Câmara Municipal de Castelo Branco, o proprietário abriu uma vala com mais de um metro de altura, reforçando o impedimento de acesso ao caminho e existem ainda testemunhos de que o proprietário estará a destruir a via utilizada para aceder ao rio Tejo, onde se situa o Parque Natural e se encontram diversos registos arqueológicos.

Neste momento está a decorrer uma petição pública, com mais de 1800 assinaturas.

COMENTÁRIOS

JMarques
à muito tempo atrás
Poder covarde!
João Robalo de Carvalho
à muito tempo atrás
No que toca a defesa de políticas de caminhos públicos estamos nesta matéria de modo descoordenado como estamos na maioria da defesa do interesse público.
Faltanos capacidade de olhar para os lados e verificar onde se podem encontrar as melhores condições de resolver o problema em conjunto e preferimos olhar apenas em frente e resolver o problema por nós próprios.
Cada partido ou cada autarca assume a defesa ou a decisão da sua direcção ou queixa-se da sua má sorte ou abandono, quando até existem órgãos a que podem recorrer a auxílio como é o caso dos caminhos públicos.
Os partidos poderiam auxiliar os autarcas, embora apoiando-os mas também indicando-lhes caminhos, já que eles parecem não conhecer, porque se os conhecessem fariam menos algazarra e dirigiram-se a quem de direito que será a Direcção de Serviços de Apoio Jurídico da CCDR (com.decoord.desenvol.reg.) respectiva e à Direcção da Administração Local.
Toda esta introdução tem a ver com o trabalho jurídico que existe mas que parece não existir ou os autarcas sejam municipais ou de freguesia parecem não conhecer e não trabalham no sentido efectivo da resolução do problema.
Há um parecer da CCDR- Centro de 9/3/2016 e um trabalho mais recente, de Dezembro de 2020, da CCDRN, cujo título "caminhos vicinais: um clássico no crepúsculo ou simplesmente na sombra?". Trabalho este com a coordenação da Direcção de Serviços de Apoio Jurídico e Administração Local por M. Natália Gravato, Teresa Rosário e Carlos Gaio, publicado em Dezembro de 2020 em: htpps://www.ccdr-n.pt.
Há instrumentos legislativos quq servem como instrumentos de trabalho e os autarcas devem fazer uso deles e antes de fazer uso desses instrumentos devem dar a conhecer aos privados que pretendam actuar pela prepotência que esse caminho não leva a lado algum.
Eu já falei com um figurão desses que no caso concreto queria fechar um caminho público de séculos que afinal já fechou segundo informações que me chegaram, e eu lhe disse exatamente o que acabo de dizer e a resposta desse mesmo manhoso foi que tinha conhecimentos na câmara e que tinha advogado.
Quando se recebe uma resposta desta revela que o poder público anda por baixo e o presidente da câmara não se sabe impor através dos meios que tem ao dispor ou os seus serviços são de estar bem com Deus e com o diabo.
A defesa do bem colectivo requer determinação e orizontes longínquos.


António Rosado
No ano passado
Acho bem que decidam, sim.

Em 2020, fui até ao cais com a minha ex companheira. Nós íamos usufruir de um caloroso domingo. Não usufruimos de nada.
A estrada é um desgraça. Nem o automóvel subiu nas mãos dela de volta para trás. Passámos o dia quase todo "presos", naquela tristeza.
Chamamos um reboque e nem o homem do reboque conseguiu retirar e ainda tive de pagar-lhe. Tristeza.
Teve de ser um popular a retirar o automóvel. Um senhor que estava simplesmente a usufruir daquele dia, também, naquelas bandas.
A GNR esteve presente e nem preocupou-se em ajudar ou pedir ajuda. E no final apareceu um indivíduo que falava ser advogado, pedir os dados de todos. Óptimo, foi o senhor parecer ter compreendido a nossa história; situação. Felizmente nada aconteceu.
Acho que quem sofreu com aquilo tudo, foi a mascote (gata). Também estava presente.

Resumindo e concluindo: deveria haver um aviso na entrada do terreno que é proprietário privada.
Nós fomos pelo Maps. Logo, não sabíamos se é privado ou não, se não está assinalsdo.

Decidam-se, porra.
Tristeza de sistema.