Câmara garante que não foi consultada pelos autores do relatório. Foto arquivo Reconquista
O presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco considera “descabida” a hipótese de encerramento da maternidade do Hospital Amato Lusitano, tal como será sugerido no relatório da comissão de acompanhamento mandatada pelo Governo para estudar o assunto.
Leopoldo Rodrigues começa por estranhar “que um grupo de peritos faça uma proposta nacional e que eventualmente sinalize Castelo Branco como possível de fechar sem falar com o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco e se falar com os outros atores locais do Serviço Nacional de Saúde”.
O autarca socialista argumenta que não há notícia de que a maternidade tivesse a necessidade de fechar por falta de médicos como aconteceu noutros hospitais ao longo deste verão.
Lembra também que Castelo Branco é uma capital de distrito e um concelho com uma grande área territorial, atendendo grávidas de outros concelhos vizinhos e mesmo de fora do distrito.
Na sua opinião trata-se ainda de uma questão de coesão territorial.
“Não podemos andar todos os dias a fazer apelos para que as pessoas venham viver para o interior e depois fechamos serviços que são fundamentais para que isso aconteça”.
O relatório ainda não é público mas as notícias divulgadas nos últimos dias e que não foram desmentidas apontam para a proposta de encerramento das maternidades de Castelo Branco e da Guarda, mantendo-se a da Covilhã.
Há cerca de um mês, durante uma visita ao concelho de Castelo Branco, a ministra da Coesão Territorial garantia que o Governo não pretendia encerrar e concentrar maternidades no eixo Castelo Branco-Covilhã-Guarda apesar das dificuldades evidentes em assegurar profissionais para os serviços de obstetrícia.
VÍDEO Debate sobre o futuro do serviço volta a estar em cima da mesa e marcou também a reunião pública do executivo.
Médicos defendem “equidade e acesso mais justo a quem necessita de cuidados de saúde, independentemente da zona onde se vive”.
Mas os beirões não se podem queixar, porque o poder só prometeu acabar com as portagens nas SCUT e não cumpriu, ao contrário das maternidades, nunca prometeu fechá-las e vai fazê-lo, sem ter prometido, é uma espécie de bónus.
Quanto às lágrimas de crocodilo do Sr. º Presidente da CMCB, convém não se esquecer que é o seu partido que governa, e onde tem também consideráveis responsabilidades partidárias, por isso convém não menosprezar a inteligência dos seus conterrâneos, nem apelidá-los de totós e não vir fazer o papel de virgem ofendida.