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Medalha de ouro da cidade para um humanista

João Carrega - 20/10/2022 - 18:56

A medalha de ouro de Castelo Branco foi entregue, esta terça-feira, a título póstumo (faleceu a 10 de setembro de 2020), ao médico João Castelo-Branco da Silveira, fundador do serviço de gastrenterologia do Hospital Amato Lusitano.

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A medalha de ouro de Castelo Branco foi entregue, esta terça-feira, a título póstumo (faleceu a 10 de setembro de 2020), ao médico João Castelo-Branco da Silveira, fundador do serviço de gastrenterologia do Hospital Amato Lusitano, de que foi diretor (aliás o nome de Amato Lusitano foi uma proposta sua), um homem que esteve à frente no seu tempo e que trocou uma carreira de professor universitário em Lisboa e de médico no maior hospital do país, por Castelo Branco e pela região.

Na sua intervenção, Leopoldo Rodrigues, presidente da Câmara, classificou aquele dia “como significativo para o concelho. Teria sido um privilégio homenageá-lo em vida. Esta é uma justa homenagem, por várias razões: pelo exemplo de alguém que tinha pela frente uma carreira na capital, que era professor universitário, e que trocou tudo isso pelo Hospital de Castelo Branco (respondendo a um desafio do então diretor, Fernando Dias de Carvalho) - e em boa hora o fez, tendo criado um serviço que hoje é de referência nacional e internacional; mas também porque inspirou e fez acontecer”.

O presidente da Câmara deu o mote para uma tarde onde o seu percurso foi testemunhado por alguns dos amigos que o acompanharam. Leopoldo Cunha Matos, médico colega de Castel-Branco da Silveira no Hospital de Santa Maria (há 45 anos) destacou o rigor na qualidade e o cuidado humano no tratamento dos seus doentes. Videira do Amaral, colega na faculdade nos tempos de estudante, recorda-o como “pioneiro e visionário”.

Vasco Trancoso, que com Castel-Branco da Silveira fundou o Núcleo de Gastrenterologia dos Hospitais Distritais, recorda o seu colega “como um homem emotivo, que lutava pelo bem estar dos seus doentes”. As dimensões humanista e empreendedora do médico que nasceu em Vila do Conde, mas que escolheu a Beira Baixa para viver e desenvolver a sua atividade, foram realçadas por Alegre de Sá, que exerceu as funções de administrador na direção de Castel-Branco da Silveira.

A última das intervenções coube a Eduardo Pereira, médico gastrenterologista no Hospital Amato Amato Lusitano, que começou a carreira com Castel-Branco da Silveira. “Foi um médico futurista. Para mim foi amigo, médico e educador. Foi com justiça que a Ordem dos Médicos lhe atribuiu, em 2019, a medalha de mérito. Ele tratava os doentes e não as doenças”.

A medalha de ouro foi entregue à sua esposa, Maria Teresa. O discurso final pertenceu à neta, que sublinhou o “sentido de compromisso do nosso avô”, recordando uma frase que lhe era cara: “é um privilégio servir”.

A sessão teve ainda uma atuação da orquestra Sinfonieta, pois a música era algo de que o médico homenageado muito gostava.

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