Hospital Amato Lusitano. Arquivo Reconquista
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) teme que o Amato Lusitano seja um hospital “em extinção”, devido à falta de profissionais em diversas áreas.
O Secretariado Regional do Centro deste sindicato fez recentemente uma visita ao hospital albicastrense onde diz ter detetado uma “grande, enorme carência (…) a falta grave de pessoal médico”.
Os exemplos apontados pelo sindicato são vários, como a existência de apenas um médico do quadro e com idade avançada na Obstetrícia, uma médica do quadro de Cardiologia, dois médicos do quadro dos quais um em pré-reforma na Urologia e dois médicos do quadro em Otorrinolaringologia, sendo que todos os outros são prestadores externos, mais conhecidos como tarefeiros.
O SIM diz ainda que o quadro médico na Cirurgia é “muito insuficiente, com necessidade de recurso permanente a prestadores externos” mas que mesmo assim os cirurgiões do hospital fazem dois turnos de 24 horas por semana, sublinhando que “turnos de 24 horas são ilegais”.
“Apesar da sobrecarga de trabalho no SU (Serviço de Urgência) pelos cirurgiões do hospital e do recurso a prestadores, nem assim as escalas cirúrgicas cumprem os critérios mínimos indispensável para o funcionamento seguro da urgência. Com frequência ficam escalados à noite um ou dois cirurgiões. Basta pensar que para qualquer cirurgia são necessários pelo menos dois cirurgiões”, diz o SIM.
Aponta ainda problemas na Ortopedia, Anestesia, Pediatria e Imunohemoterapia, sendo que neste último caso estará sem médico “funcionando, portanto, de forma ilegal e não assegurando os critérios mínimos para qualquer atividade transfusional. Como é evidente, não estando assegurado o regular funcionamento do serviço de imunohemoterapia e, logo, da transfusão, toda a atividade médico-cirúrgica que necessite de transfusão, deverá ser suspensa, para segurança do doente”.
Em resumo, “as carências encontradas no Hospital Amato Lusitano, são graves e lesivas do interesse da população servida pela ULS de Castelo Branco, com riscos inaceitáveis decorrentes da falta grande de médicos”, apontando este como “um triste retrato do estado a que os poderes públicos foram votando o SNS (Serviço Nacional de Saúde)”.
O sindicato deixa uma “palavra de apreço e apoio aos médicos deste hospital, por continuarem a manter viva esta instituição fundamental à vida dos nossos concidadãos”.
Sobre as instalações e os equipamentos, o sindicato conclui que no geral são os adequados e em alguns casos “estão até desaproveitados, como é o caso do equipamento de litotrícia, que também por falta de médicos, não tem melhor e mais frequente uso”.
Sugere também a renovação do bloco operatório e do Serviço de Urgência
Que vergonha!