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Médicos: Sindicato teme “extinção” do Amato Lusitano por falta de profissionais

Reconquista - 11/10/2022 - 11:53

Sindicato Independente dos Médicos fala em carências graves "com riscos inaceitáveis decorrentes da falta grande de médicos”.

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Hospital Amato Lusitano. Arquivo Reconquista

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) teme que o Amato Lusitano seja um hospital “em extinção”, devido à falta de profissionais em diversas áreas.

O Secretariado Regional do Centro deste sindicato fez recentemente uma visita ao hospital albicastrense onde diz ter detetado uma “grande, enorme carência (…) a falta grave de pessoal médico”.

Os exemplos apontados pelo sindicato são vários, como a existência de apenas um médico do quadro e com idade avançada na Obstetrícia, uma médica do quadro de Cardiologia, dois médicos do quadro dos quais um em pré-reforma na Urologia e dois médicos do quadro em Otorrinolaringologia, sendo que todos os outros são prestadores externos, mais conhecidos como tarefeiros.

O SIM diz ainda que o quadro médico na Cirurgia é “muito insuficiente, com necessidade de recurso permanente a prestadores externos” mas que mesmo assim os cirurgiões do hospital fazem dois turnos de 24 horas por semana, sublinhando que “turnos de 24 horas são ilegais”.

“Apesar da sobrecarga de trabalho no SU (Serviço de Urgência) pelos cirurgiões do hospital e do recurso a prestadores, nem assim as escalas cirúrgicas cumprem os critérios mínimos indispensável para o funcionamento seguro da urgência. Com frequência ficam escalados à noite um ou dois cirurgiões. Basta pensar que para qualquer cirurgia são necessários pelo menos dois cirurgiões”, diz o SIM.

Aponta ainda problemas na Ortopedia, Anestesia, Pediatria e Imunohemoterapia, sendo que neste último caso estará sem médico “funcionando, portanto, de forma ilegal e não assegurando os critérios mínimos para qualquer atividade transfusional. Como é evidente, não estando assegurado o regular funcionamento do serviço de imunohemoterapia e, logo, da transfusão, toda a atividade médico-cirúrgica que necessite de transfusão, deverá ser suspensa, para segurança do doente”.

Em resumo, “as carências encontradas no Hospital Amato Lusitano, são graves e lesivas do interesse da população servida pela ULS de Castelo Branco, com riscos inaceitáveis decorrentes da falta grande de médicos”, apontando este como “um triste retrato do estado a que os poderes públicos foram votando o SNS (Serviço Nacional de Saúde)”.

O sindicato deixa uma “palavra de apreço e apoio aos médicos deste hospital, por continuarem a manter viva esta instituição fundamental à vida dos nossos concidadãos”.

Sobre as instalações e os equipamentos, o sindicato conclui que no geral são os adequados e em alguns casos “estão até desaproveitados, como é o caso do equipamento de litotrícia, que também por falta de médicos, não tem melhor e mais frequente uso”.

Sugere também a renovação do bloco operatório e do Serviço de Urgência

COMENTÁRIOS

JMarques
à muito tempo atrás
Não basta colocar na CRP o direito à saúde!
Que vergonha!
Maria Rita do Espírito Santo
à muito tempo atrás
Sou doente renal sujeita a diálise 4 vezes por dia .
Sou assistida no Hospital de Castelo Branco por uma médica nefrologista e por dois enfermeiros especializados em diálise peritoneal.
Quando oiço as queixas sobre o funcionamento do hospital, só posso pensar em duas hipóteses:
1. Ou há quem se queixe de tudo e nada pelo grande prazer de dizer mal;
2. Ou eu sou uma sortuda.
Conheci, quer a médica quer os dois enfermeiros, no primeiro dia de consulta, pedida pela médica de família. Não me venham com padrinhos e influências porque não os tive nem os tenho.
No primeiro dia que visitei os serviços, fui recebida pelo Senhor Director de Serviços, que fez questão de me dar a conhecer os serviços e me apresentar a outros doentes.
Um Psicólogo, não me daria tanta segurança e não teria provocado em mim tanta confiança. Entrei a chorar, saí serena e confiante.
Quando pela primeira vez conheci a médica e os dois enfermeiros, rapidamente se gerou entre nós uma empatia tal, que fazia parecer que já nos conhecíamos há muito tempo. Facilmente pude perceber que estava perante profissionais competentíssimos e eficientes.
Foram-me logo fornecidos os números de telefone pessoais de cada um dos enfermeiros, e até de casa ou a qualquer hora, sei que conto com eles para resolver qualquer dúvida ou problema que venha a surgir durante a diálise.
Já não são só dois profissionais que me assistem... são já dois amigos que têm o cuidado de me telefonar muitas vezes para saber se estou bem.

Quanto a outras especialidades:
- Em Ortopedia, fui operada à deformação dos dois pés. Estive uns dias internada e nada me faltou. Nem meios materiais nem humanos.
- Em Gastroenterologia:
Já por duas vezes me foram retirados pólipos de estômago
Já me foi extraída a vesícula.
Mais uma vez posso afirmar que nada me faltou. Nem meios materiais nem humanos.
Dos médicos aos enfermeiros, passando pelo pessoal administrativo e auxiliar, não me faltaram atenção nem os devidos cuidados.

Acresce que da experiência que tive com os serviços de duas clínicas privadas, posso garantir que as condições de assistência, ficaram muito aquém da eficiência do Hospital de Castelo Branco
Não posso pois entender as críticas que por aí se vão fazendo ao hospital.

Há carências de meios materiais e humanos no SNS?... obviamente que sim.
Mas os ataques e as tentativas de o matar, com o intuito de o privatizar, sabemos de que lado vêm.
Interessa desacreditá-lo, porque outros interesses mais altos se levantam
Maria Rita
Maria
à muito tempo atrás
Exma. Maria Rita,
Concordo com tudo o que diz relativamente aos serviços. Também só tenho a dizer bem. Estou convicta que a sua Médica será também a minha, a Dra. Catarina: uma jóia de pessoa uma profissional extraordinária.
Deixo uma nota com sinceridade: Os Profissionais do Hospital de Castelo Branco, de todos os setores, fazem o máximo que podem e não conseguem fazer milagres. Aguardemos que olhem para o Interior com Olhos de ver!!
E quanto aos médicos... não sei onde os iremos buscar... não será fácil.
Sorte para todos Nós!