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Mensagem da obra nacional da Pastoral do Turismo. Crescer com todos

- 30/09/2021 - 10:04

A celebração do Dia Mundial do Turismo de 2021 aconteceu, ainda, sob a nota da crise pandémica que todos vivemos.

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A celebração do Dia Mundial do Turismo de 2021 aconteceu, ainda, sob a nota da crise pandémica que todos vivemos. Os efeitos desta crise neste setor, como todos sabemos, foram atrozes, mas ensinaram-nos que, por um lado, nestes dois anos não foi só toda uma indústria que parou; foi todo um modo de vida que terminou abruptamente. Por outro, o turismo não é um mundo à parte, só de alguns e para alguns. Verdadeiramente, se dúvidas ainda houvesse, verificou-se que o turismo é uma realidade global para todos e com todos, abarcando, na sua complexidade, componentes de formação, de lazer/fruição e de emprego. Todavia, se o sector «foi (…) fortemente penalizado, poderá contribuir para impulsionar a recuperação e o crescimento», já que «é um pilar da maioria - se não de todos - dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (DDS), particularmente dos Objetivos 1 (sem pobreza), 5 (igualdade de género), 8 (trabalho decente e crescimento económico) e 10 (reduzir as desigualdades)» e está consignado na «Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável como um motor para o avanço da prosperidade, protegendo o nosso planeta e lançando as bases para a paz e o entendimento entre os povos». 
Neste sentido a Organização Mundial do Turismo (OMT) pede-nos que este Dia Mundial do Turismo 2021 seja centrado no Turismo para um crescimento inclusivo, devendo olhar-se para cada pessoa, não como parte de uma estatística, mas como alguém único e especial a ser tido em conta no processo de crescimento e desenvolvimento, procurando «garantir que ninguém fica para trás quando o mundo começar a abrir-se novamente e a olhar para o futuro». 
Este crescimento sustentável é deveras importante para Portugal, pais onde, de acordo com dados de 2019 revelados pelo World Travel & Tourism Council e recolhidos no IPDT e TravelBI by Turismo de Portugal, esta atividade era responsável – direta e indiretamente – por dois em cada 10 empregos e por 1,00 em cada 5,00 euros gerados.   Olhar para a preservação da casa comum onde habitamos, preocupando-nos em usufruir das maravilhas da obra da criação e preservando-as para as gerações futuras é um dos caminhos a trilhar, que permitirá um crescimento equilibrado, quer do ponto de vista geográfico, quer social. Outra das apostas que devemos fazer passa por compreender que o interesse turístico do nosso país não está só no litoral. Devemos trabalhar em conjunto – Igreja, autoridades civis, cidadãos – para transformar Portugal num país de interesse turístico na sua globalidade. E essa globalidade envolve obrigatoriamente as pessoas. O turismo não poderá voltar a ser a indústria onde uns poucos ganham dinheiro fácil e muitos trabalham muito. Só um turismo entendido como a indústria onde todos se sentem parte integrante pode permanecer e olhar para uma crise como uma oportunidade de crescer de novo, evitando os erros do passado. 
Em Portugal, a Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT), órgão da Conferência Episcopal Portuguesa para o acompanhamento do setor do Turismo, está disponível para trabalhar com todos, para que esse crescimento não exclua ninguém. As suas linhas de trabalho assentam no estabelecimento de diálogo, a começar pela Santa Sé, bem como com os países que têm trabalho pastoral feito nesta área. 

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