Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

O outro é um dom

- 23/02/2017 - 10:35

“Este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus «de todo o coração», para não se contentar com uma vida medíocre, mas crescer na amizade com o Senhor.

Partilhar:

“Este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus «de todo o coração», para não se contentar com uma vida medíocre, mas crescer na amizade com o Senhor.
Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona, pois, mesmo quando pecamos, espera pacientemente pelo nosso regresso a Ele e, com esta espera, manifesta a sua vontade de perdão (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016).
A Quaresma é o momento favorável para intensificar a vida espiritual através dos meios santos que a Igreja nos propõe: o jejum, a oração e a esmola. Na base de tudo isto está a Palavra de Deus, que somos convidados a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo.
Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer com gratidão o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e a mudar de vida.
A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo. Cada vida que vem ao nosso encontro é um dom e merece acolhimento, respeito, amor. A Palavra de Deus ajuda-nos a abrir os olhos para acolher a vida e amá-la, sobretudo quando é frágil.
O apóstolo Paulo diz que «a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro» (1 Tm 6, 10). Esta é o motivo principal da corrupção e fonte de invejas, litígios e suspeitas. O dinheiro pode chegar a dominar-nos até ao ponto de se tornar um ídolo tirânico (cf. Exortação apostólica Evangelii gaudium, 55). Em vez de ser um instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço para o amor e dificulta a paz.
Deste modo se manifesta o verdadeiro problema do rico: a raiz dos seus males é não escutar a Palavra de Deus; isto levou-o a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo.
A Palavra de Deus é uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e de orientar de novo a pessoa para Deus. Fechar o coração ao dom de Deus que fala tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão.
Quaresma é o tempo favorável para nos renovarmos no encontro com Cristo vivo na sua Palavra, nos Sacramentos e no próximo”.

COMENTÁRIOS