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Vaticano: Papa pede mais justiça social

- 12/04/2018 - 9:48

O Papa Francisco propôs na sua nova exortação apostólica, ‘Gaudete et Exsultate’, uma maior atenção aos mais necessitados e à justiça social na vida dos católicos, que desafia a “reconhecer Jesus nos pobres e atribulados”.

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O Papa Francisco propôs no dia 9 de abril, na sua nova exortação apostólica, ‘Gaudete et Exsultate’, uma maior atenção aos mais necessitados e à justiça social na vida dos católicos, que desafia a “reconhecer Jesus nos pobres e atribulados”.
“Não podemos propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam folgadamente e reduzem a sua vida às novidades do consumo, ao mesmo tempo que outros se limitam a olhar de fora enquanto a sua vida passa e termina miseravelmente”, assinala, no texto dedicado à santidade no mundo contemporâneo.
“Muitas vezes ouve-se dizer que, face ao relativismo e aos limites do mundo atual, seria um tema marginal, por exemplo, a situação dos migrantes. Alguns católicos afirmam que é um tema secundário relativamente aos temas ‘sérios’ da bioética”, lamenta Francisco.
O Papa sustenta que a “única atitude condigna” dos cristãos perante a crise dos refugiados “é colocar-se na pele do irmão que arrisca a vida para dar um futuro aos seus filhos”.
A exortação apostólica, documento de teor catequético, desafia as comunidades a promover uma defesa efetiva da vida em todas as suas etapas, sem desprezar nenhuma.
“A defesa do inocente nascituro, por exemplo, deve ser clara, firme e apaixonada, porque neste caso está em jogo a dignidade da vida humana, sempre sagrada, e exige-o o amor por toda a pessoa, independentemente do seu desenvolvimento”, assinala.
O documento retoma a importância da misericórdia, conceito central no pontificado, e aponta como referência de vida espiritual o capítulo 25 do Evangelho segundo São Mateus, que indica um julgamento divino com base no que cada pessoa fez em prol do outro.
O Papa convida antes a “reagir a partir da fé e da caridade” e reconhecer no necessitado “um ser humano com a mesma dignidade”.
O texto alerta para o erro dos que separam estas exigências do Evangelho do seu “relacionamento pessoal” com Deus, transformando o Cristianismo numa “espécie de ONG”, bem como para o erro das pessoas que olham com suspeita para “o compromisso social dos outros”, considerando-o “superficial, mundano, secularizado, imanentista, comunista, populista”.
“Poder-se-ia pensar que damos glória a Deus só com o culto e a oração, ou apenas observando algumas normas éticas (é verdade que o primado pertence à relação com Deus), mas esquecemos que o critério de avaliação da nossa vida é, antes de mais nada, o que fizemos pelos outros”, defende o Papa.

OC

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