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Moradal em cinzas: Diário de três dias em combate a incêndio

Leonel Azevedo - 29/08/2017 - 17:48

O investigador Leonel Azevedo escreve para o Reconquista, sem papas na língua, sobre o grande fogo que assolou a Serra do Moradal.

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Os fogos continuam a pintar a região de negro

(Estas reflexões ocorreram ao longo dos três dias em que lavrou o incêndio na Serra do Moradal e devem ser lidas como reflexões ao acaso, sem ordenação temática ou crítica. Nasceram do solo da experiência factual e chegaram à palavra pelo sentimento de raiva, revolta e impotência.)

1. Nunca vi nada assim. Suponho que os sentimentos de medo e de impotência só em outras experiências limite da vida humana, como a guerra ou os actos terroristas, podem ser vividos como o são diante de uma catástrofe em vários momentos incontrolável.

2. Pedrógão Grande foi apenas o epicentro de uma desgraça cujas réplicas continuam a repercutir-se nas zonas limítrofes. Não se está sob o efeito de um fenómeno catastrófico natural. Isto é, não estamos perante as forças brutas da Natureza a desviarem-se de tudo o que é regular e previsível cientificamente. Aquilo a que temos assistido, este ano, ilustra na perfeição duas coisas: o esplendor horrível da maldade humana (de que os incendiários são apenas as marionetes) e a incompetência para lidar com fogo em ambiente florestal. Invocar as condições climatéricas adversas, em especial o vento forte, é não assumir o fracasso de estratégias de combate inadequadas e sem um conhecimento profundo do terreno que se pisa. Tudo isso resulta de uma rede complexa de factores que se conjugam harmonicamente na sociedade actual. Uma sociedade à deriva, cuja crise de valores constitui a raiz principal da instabilidade do planeta: ameaças nucleares, terrorismo e, no nosso cantinho, este inferno em escala maior do que a nossa capacidade de suportar a dor, a raiva e a injustiça.

3. Percebi que a organização dos incendiários está mais bem montada do que a de combate a incêndios. E em organização de incendiários incluo as formas de poder que deviam punir severamente os pirómanos em vez de os julgarem como pessoas com desvios patológicos.

4. Percebi algumas das razões por que em Portugal os incêndios de grandes proporções só ficam circunscritos quando na região em que lavram não há mais para arder.

5. Percebi que o comando de operações nos locais de sinistro não ultrapassa a classificação de medíocre. Até há meios, mas não há preparação das chefias nem conhecimento do território.

6. É inconcebível que os comandantes de operações no terreno não sejam da zona do sinistro ou das zonas limítrofes, pessoas que deviam conhecer o terreno como as suas próprias mãos.

7. É inconcebível que esses comandantes não procurem, entre a população local residente, uma pessoa idónea com o mapa de caminhos da região na cabeça para, imediatamente, fazer perceber ao comando as melhores opções de ataque ao incêndio.

8. É inconcebível que os comandos venham para os locais de sinistro sem mapas de caminhos, de cursos e de pontos de água. Nem uma carta militar nem um mapa menos complexo do concelho, da freguesia, nada. Navegam quase à toa, no emaranhado de frentes de fogo e de ausência de estratégias rápidas e enérgicas para o incêndio, quando ainda em fase inicial, não progredir. (Toda essa informação deve existir no comando central, mas onde ela é necessária é no terreno concreto, ali onde se tem de agir sem a mediação das telecomunicações).

9. É inconcebível que as corporações de bombeiros, salvo em casos absolutamente excepcionais, não ataquem o fogo e se limitem a esperá-lo junto das povoações sob a bandeira de salvar bens e pessoas – porque a floresta, nos dias de hoje, parece não ser um bem, quando em muitas civilizações era o maior.

10. É inconcebível que ainda não tenham percebido que a espera dos incêndios no perímetro urbano causa o pânico na população e uma desordem sem nome no posicionamento de meios nas ruas estreitas das aldeias. Além de que é a principal causa, sublinho principal causa, de casas e imóveis (industriais e de recolha de animais) arderem. Trata-se de uma estratégia suicida, que tem de ser revista com a maior urgência.

11. É inconcebível que os Comandantes não se tenham apercebido de que tem de se traçar um anel de segurança à volta das aldeias, cuja distância nunca pode ser inferior a 1 km. E, em vez de dezenas, centenas de bombeiros estarem à espera de o fogo ameaçar, deviam preparar, por todos os meios possíveis (com equipas de populares, militares e outras) o combate às chamas àquela distância (ou outra parecida, conforme os casos a que o relevo obrigue).

12. Por exemplo, no combate às chamas durante dois dias, no Moradal, vi os bombeiros sapadores duas vezes atacar o sinistro de frente (com auxílio de um meio aéreo) e vi os bombeiros atacar o fogo uma vez para o estancar no topo de uma encosta. De resto, foram os populares que enfrentaram o fogo e o combateram. E se as habitações da aldeia de Cardosa não sofreram nenhum dano foi, sobretudo, pela forma como os populares o combateram (com a coragem e o amor pelo que é seu a comandar). Quando, pelas 18h, se atingiu o clímax de pânico e surgiram 3 meios aéreos a combater uma frente, foram os populares que intervieram e abriram, debelaram o fogo e abriram um aceiro. Esse anel de que falei acima conseguiu-se única e exclusivamente graças ao trabalho amador, consolidado depois com aceiros feitos por máquinas de rastro mobilizadas pelo Comando. Tudo feito, repito-o com a maior revolta e tristeza, pelas pessoas e sob o olhar distante dos bombeiros, os quais se limitavam a estacionar os veículos no limite das embocaduras das ruas da povoação, à espera que as chamas chamuscassem as nossas casas para agir (isto porque a ordem superior era esperar pelo fogo na aldeia).

13. Percebi, claramente e com grande tristeza, que não há combate a incêndios na floresta. Espera-se que ela arda até aos limites urbanos (ou até aceiros naturais, como rios, ou aceiros artificiais, como estradas) para aí, sob um frenesim de confusão, a raiar a paranóia, se activarem meios (então aparecem de todos os lados) para salvar o possível e não o desejável. A estratégia resume-se a minimizar os estragos, porque quando aparece um incêndio que tome certas proporções os estragos estão consolidados. Por isso, com tanta frequência se têm visto as chamas chegarem à periferia dos núcleos urbanos totalmente descontroladas, pela simples razão de que não se lhes fez frente longe das empenas dos edifícios.

14. Percebi também que o rescaldo, passada a aflição de se combater e salvar a floresta, é melhor coordenado do que tudo o resto.

15. Não me limito a criticar por criticar. Tenho o maior respeito pela divisa que acompanhou, ainda no século XIX, a fundação da maior parte das corporações de bombeiros em Portugal: “Vida por vida”. Hoje essa divisa está tão ausente do espírito geral das corporações que só em momentos excepcionais desponta. É horrível dizer isto, mas a nossa maior esperança (quem vive no meio da floresta) é o tempo meteorológico. Só a chuva pode acalmar a nossa angústia até ao ano que vem.

16. Porque eu até podia, como a maior parte das pessoas que vivem no mundo rural, aventar aqui meia dúzia de palavras muito feias para o negócio que tudo isto envolve, para as suspeitas das projecções de fogo, para o espectáculo ordinário e fictício dos meios de comunicação social, em geral, e para a hipocrisia política em romaria de condolências. Não o faço por não querer sujar o meu discurso e, se possível, ajudar.

17. Gostava de terminar lembrando a quem de direito quatro medidas absolutamente essenciais a adoptar, se não quisermos repetir, em todos os verões, o annus horribilis de 2017:

a) – Pegar no mapa florestal nacional, na escala da carta militar e, a régua e esquadro, traçar quadriculas de 75, 100, 150 ha de área, de acordo com as condições topográficas (relevo, cursos de água, densidade e tipologia florestal, rede de caminhos, etc.). Tudo feito por uma equipa que junte técnicos de silvicultura, cartografia, engenharia e outros. As quadrículas são separadas por estradões florestais, de 10 ou 15m de largura (ou outras medidas julgadas adequadas para cada local específico), os quais sejam limpos anualmente. É evidente que muitos deles podem aproveitar a rede de caminhos florestais, as estradas municipais e nacionais e os cursos de água.

b)– Pegar no mapa hidrológico nacional, na escala da carta militar, e estudar com o máximo rigor quais os cursos onde se possam criar pontos de retenção de água no mapa florestal anteriormente referido. Estas barragens devem ser ordenadas com a rede de caminhos e com o mapa de quadriculas florestais atrás mencionado. (Como medida adicional, preventiva: patrulhar a floresta, no Verão, por equipas militares.)

c)– Criar um imposto sobre os eucaliptais. Cada pessoa ou entidade que queira plantar, mediante licença camarária, um eucaliptal pague por hectare 50€ (ou outro montante que se julgue justo) para a Liga Portuguesa de Bombeiros ou para as Câmaras Municipais gastarem na prevenção e profilaxia do problema do combate aos incêndios.

d) – Punir com severidade os pirómanos (não os suspeitos), porque a injustiça que praticaram não tem perdão nem devia ter reabilitação social. Eu sou a favor da justiça popular nestes casos. Ou então penas perpétuas, em que os pirómanos deviam de ser obrigados todos os dias do ano (chovesse ou fizesse sol) e até ao fim das vidas deles, a limpar e a cuidar do maior valor do nosso planeta que eles, por maldade, ajudaram a destruir: a floresta.

Só medidas drásticas desta natureza erradicam, de vez, o paraíso em que vivem os criminosos e o inferno em que nós vivemos.

 

COMENTÁRIOS

Silvério Pires Dias
à muito tempo atrás
Deus sabe o quanto tenho escrito de acordo com este bem
elaborado texto. Quem sou para julgar? Mas sou suficientemente visionário para apresentar sugestões, alvitrando pareceres de fácil aplicação. Ninguém me lê? ...
Maria Morais
à muito tempo atrás
Enfim image Pessoa que gala acertado . Quantité ais incendiarios devemser tratados compte criminosos visto que désta vez houve muitas vitimas mortais
Luis jorge
à muito tempo atrás
Será que as entidades imcompetentes vao ler todas estas verdades?
São Anselmo
à muito tempo atrás
Parabéns por ter a coragem de dizer o que muita gente pensa....
Não só este !...mas todos os governos não têem feito nada mesmo nada para preservar o nosso PORTUGAL. É SÓ BLÁ
BLÁ
Sandra
à muito tempo atrás
Grande texto, repleto de factos e verdades. Hoje fui a Castelo Branco e é devastador o cenário que se vê, aquilo que sempre conhecemos tudo negro. E confirmo aquilo que se passou na Cardosa, os meus pais estavam lá (o meu pai é descendente de lá) e foi exatamente isso que se passou, se não fossem os populares o cenário serio muito mais negro
Maria da Conceição Russell Ferreira
à muito tempo atrás
Adorei ler o que o Leonel Azevedo escreveu. Tudo quanto diz é verdade. Também eu amo aquela serra linda do Muradal e choro pelas serras do nosso Portugal, pelas gentes, não só pelo que aconteceu, mas também pela incompetência e comodismo de não serem utilizadas algumas regras que podiam e deviam ser aplicadas pelo nosso governo . Sou a mãe da Ana e sogra do Tozé e conheci-te de pequeno. Tenho muito orgulho na pessoa que te tornaste, Leonel.Um grande abraço Conceição
carlos levita
à muito tempo atrás
Obrigado pour falar Verdade
Americo reis
à muito tempo atrás
Obrigado, por toda esta força atirada ao lume, talvez a mãe natureza se encarregue de espalhar nas caixas de noticias,de quem de direito esta revolta.
Bhj.
Adriano Amaro
à muito tempo atrás
Isto refere aquilo que sempre defendi. Acrescento ainda que deveria ser feito por cada 2 hectares de plantações de eucaliptos uma pequena barragem. Medidas como esta muitos não as entendem ou teimam em não compreender. Subscrevo as palavras sábias do Sr.Leonel Azevedo.
Miguel Marques
à muito tempo atrás
Tudo dito, é pena isto não chegar a quem devia ver e ouvir o que foi dito e escrito com palavras do fundo do coração de uma pessoa que viveu de perto o horror destes incêndios.
Rosario Relvas
à muito tempo atrás
Seria mto bom que os acessores do Sr. Primeiro Ministro lhe levassem este relatório e que a Aministracao Interna aprendesse com ele. Dou os meus cumprimentos a este senhor que deveria ter um lugar de coordenação porque é certamente uma pessoa mto mais competente do que os incompetentes que estão a deixar arder a floresta de Portugal. Bem haja senhor que escreveu este artigo.
Tina Teodoro
à muito tempo atrás
Revejo-me em tudo o que disse. Presenciei e andei a tentar combater um fogo e só quem passa por isso sabe do pânico, da revolta...você já disse tudo.
Sofia Marques
à muito tempo atrás
Pelos vistos este Sr. Investigador sabe muito do combate aos fogos florestais, é um ser iluminado que conhece as receitas todas para que eles não aconteçam. Escreve sobre os comandantes sem saber quem são e daquilo que abdicam para defederem os interesses públicos e privados. Esqueceu-se de dizer que esses comandantes só atuam quando tudo o resto, a montante, falhou. Falharam os privados, as autarquias, os governos sucessivos e nisso poucos falam. A crítica é muito fácil quando não somos nós a tomar as decisões. É tempo de se deixar de fazer politiquices com coisas sérias...
FA
à muito tempo atrás
Finalmente, alguém que chama os bois pelo nome!
E sou um apagador de fogos com experiência!
João Gomes
à muito tempo atrás
"vida por vida" em simples e acertadas palavras.
veremos agora o que os "bVDAPOLITIQUICE" reagem
José Dias
à muito tempo atrás
Concordo plenamente com o Leonel. De facto, é tudo verdade. A estratégia de combate aos incêndios é ineficaz. A descoordenação no comando é total. Os políticos e responsáveis deste país que auscultem as populações e recolham testemunhos de quem realmente passou por esta tragédia.
Quanto às punições dos incendiários sou totalmente a favor das medidas apontadas.

Helena
à muito tempo atrás
Lembro me de quando era criança o quanto os bombeiros trabalham ao lado dos populares para defender tudo o que se conseguia infelizmente hoje é regras e leis para cumprir a mando de alguém que não sabe o que é ficar com as suas terras em cinza.sao pessoas de coragem que deviam estar a comandar pessoas que conhecem as terras e não alguém só porque tem um curso superior.
AÍBAL HENRIQUES
à muito tempo atrás
PARABÉNS PELO QUE ACABO DE LER E MUITOS PENSAM,MAS POUCOS SE DIGNAM A ESCREVER.
Fernando Lopes Rodrigues
à muito tempo atrás
Amigo e senhor Leonel, só espero que apareçam os sábios os doutos os empossados, que do alto dos seus saberes se façam ousar contestar o que o senhor afirma e eu subscrevo. como o senhor diz isto não é critica é critica circunstante e digo eu um bom trabalho de ou para reflexão mas e acima de tudo um guião para início da reconstrução necessária e urgente, não bastará esperar que o S. Pedro mande umas chuvadas para repintar de algum verde todas as zonas dizimadas pelo fogo.
Antonio José Mateus
à muito tempo atrás
Concordo plenamente com esta visão dos acontecimentos dada pelo Leonel, que seja o ano zero para todos (estado, todas as entidades,proprietários) para que nunca mais os incêndios tomem as proporções que tiveram e acima de tudo que TODOS assumam a suas responsabilidades!
Nunes Dias
à muito tempo atrás
Tudo o que diz o Leonel é a realidade. O problema é a mafia que controla tudo isto, incluindo os governos. Os fogos na floresta no verão, são um dos maiores negócios em Portugal. No tempo do engenheiro Guterres como primeiro ministro, já ele anunciava que tinha um orçamento de quatro milhões de contos para gastar com os incêndios. Este ano estão orçamentados setenta e oito milhões de euros. O valor do negócio até é anunciado antecipadamente. Vejam quantas pessoas poderiam ser recrutadas por todas as aldeias deste país para vigiarem as florestas durante o verão. Havia trabalho útil para essas pessoas, pessoas que conhecem o terreno como ninguém. Parabens Leonel Azevedo pela sua exposição.
J. Carlos Reis
à muito tempo atrás
Obrigado Leonel Azevedo por teres a coragem de publicares aquilo que te vai na alma, não só no teu coração, mas de todos aqueles que trabalharam no combate às chamas e presenciaram uma inercia total dos meios presentes no terreno. Depois destes factos terem acontecido; só existe uma palavra: (Revolta).
Esta carta é merecedora de um número elevado de assinaturas e envia-la ao sr. P. da Republica.
j mendes
à muito tempo atrás
parece que a senhora Sofia Marques pertence a alguma chefia? ou está por trás de alguém que ,manda. mas olhe que o Leonel tem razão ,hoje á uma total ,desordem.no combate a incêndios florestais. e os nossos BOMBEIROS não trabalhão porque não le dão ordens para isso!



Francelina Pedroso
à muito tempo atrás
Parabéns Leonel, pelas palavras mais acertadas que já li,só quem viveu na pele o inferno destes incêndios,lhe sabe dar o valor!Tudo o que está escrito é a mais pura verdade!
Domingos Lourenço
à muito tempo atrás
Falou quem sabe!
O Prof. Leonel conseguiu, melhor que ninguém, colocar o dedo na ferida. E não se limitou a criticar o comando operacional, como li num dos comentários.
Nos relatos televisivos a linguagem é do tipo militar, embora mais centrada na logística do que nas restantes vertentes da arte da guerra. Assim, em vez do combate propriamente dito, somos metralhados com números: cinco meios aéreos; 200 veículos; 400 meios humanos... Segue-se a inevitável estatística: no corrente anos já ardeu 40% da área florestal do concelho; comparando com os anos anteriores, houve um acréscimo de 30%...
Entretanto, nas hortas praticamente dizimadas pelo dito, vai-se falando dos pinheiros que arderam, das oliveiras e das videiras chamuscadas, da falta que aqueles (pinheiros) fazem para ajudar a pagar o andar ao filho e o carro ao neto...
Os que cumpriram o serviço militar vão, entretanto, pensando que as técnicas do combate terão mudado após a sua passagem à disponibilidade. Na verdade, aprenderam, ao tempo, que o reconhecimento (prévio) é fundamental. Ora, não há notícia de que tal ocorra no combate aos incêndios. A não ser que tal reconhecimento seja de tal modo sigiloso que os populares não se apercebem das andanças dos responsáveis pela coordenação e pelo combate pelas estradas e caminhos vicinais no inverno e na primavera...
João Tilly
à muito tempo atrás
Estraga tudo quando fala nos eucaliptos. Que não têm culpa nenhuma que 2000 bandidos ateiem os fogos nas matas. Eucaliptos, Carvalhos, Azinheiras, Pinheiros arde tudo da mesma se regado com um jarrican de gasolina.
A culpa dos fogos não é dos eucaliptos. É de quem os ateia de dia, á noite e até de madrugada. www.facebook.com/groups/incendiosdemadrugada
Fernando Dias
à muito tempo atrás
Tudo o que foi dito é verdade e quanto aos bombeiros não conhecerem o local é preferível os locais pararem os carros e ir um para cada carro dos outros e se possível entrega-los a outras cooperações indo um bombeiro local


Alzira
à muito tempo atrás
Triste, vai demorar a voltar ao que era
Olímpio Mendes de Matos
à muito tempo atrás
O meu apoio nesta prova de coragem cívica que, pelo poderoso conteúdo, bem podia constituir ponto de partida e de estudo para que as autoridades locais ( Câmara Municipal e as suas Juntas de freguesia) iniciassem a desejada e necessária acção que conduza, a curto ou ao menos a médio prazo, ao ordenamento do Concelho para fazer face a futuras e inevitáveis situações de fogos florestais nas nossas terras.
E, sim : não é com as leis actuais que desincentivamos quer os incendiários quer os mandatários . Não advogo os julgamentos populares a que julgo se refere ( fiquei-lhes com ódio de morte desde o PREC) . Mas há que tentar, sem dúvida, que a Magistratura portuguesa passe, pelo menos, a "chamar os bois pelos nomes" e a não substituir a palavra " incendiário" por "doente mental". Basta de brandos costumes .
O meu abraço.
pedro paixão
à muito tempo atrás
texto muito importante e corajoso que devia ser espalhado e dado a conhecer ao maior número de pessoas responsáveis e instituições conscientes.
Catarina
à muito tempo atrás
Concordo com muito do que é dito. Mas não posso ficar indiferente às críticas que faz relativamente ao comando.... Tenha em conta que muitos dos caminhos da Cardosa e arredores deram lugar a moto e floresta desordenada.... Muitos dos cominhos que estam nas cartas militares já não existem, por falta de limpeza.... Conheço bem essa terra e as todas as outras ao redor... Temos de saber criticar com algum cuidado. Sou bombeira voluntária e bem sei que muitas vezes não podemos progredir por falta de acessos e algumas vezes pela nossa segurança. Afinal não somos heróis, somos mulheres e homens que também temos limitações, somos de carne e osso.........