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Nuno Cristóvão: As saudades que eu já tinha…

Artur Jorge - 01/05/2019 - 9:00

Há 45 anos o treinador bicampeão nacional de futebol feminino pelo Sporting, fazia parte de uma magnífica equipa de juvenis do Desportivo de Castelo Branco

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Nuno Cristóvão é o primeiro da direita, aqui com antigos colegas do Desportivo de Castelo Branco

Há 45 anos o treinador bicampeão nacional de futebol feminino pelo Sporting, fazia parte de uma magnífica equipa de juvenis do Desportivo de Castelo Branco que falhou, “por campo inclinado em Peniche”, o acesso às meias-finais do campeonato nacional. O nosso jornal ainda há pouco tempo recuperou essa Memória do Desporto.

Cruzámo-nos com o professor Nuno Cristóvão, 60 anos, na homenagem de solidariedade a Sequeirinha, no último sábado. O brilho nos olhos reflete a saudade dos tempos de menino, na cidade albicastrense e em Louriçal do Campo, onde o pai exercia funções profissionais, no Colégio de São Fiel. Posou para a fotografia com os antigos companheiros da bola, como João Salavessa, Tonica, João Andrade, Zeca (de Alcains), João Pires e Morais. Jorge Gonçalves (Setúbal) era o treinador.

E abriu ao Reconquista o livro de recordações. “Sempre que posso vir a Castelo Branco foço-o com muita satisfação. Já não tenho familiares por aqui, mas ainda tive oportunidade de mostrar às minhas filhas, quando eram mais novas, os locais da minha juventude, não só em Castelo Branco como no Louriçal do Campo, onde o meu pai trabalhou durante muitos anos”.

Jogou no Desportivo e no BC Branco. E foi como júnior que rumou à capital, para ir fazer a sua formação académica no antigo ISEF, agora Faculdade de Motricidade Humana, onde foi colega de António Marques e João Couto (treinador dos juvenis do Sporting, com ligações a Malpica do Tejo). O ex-selecionador nacional de futebol feminino não apaga da memória essa campanha do Desportivo no nacional de juvenis, nem “uma desavença do presidente Zeragueta”, que levou os jogadores dessa altura a distribuírem-se por BC Branco, Cebolense ou Alcains.

ANDEBOL A meninice na cidade albicastrense está, indissociavelmente, ligada à prática desportiva. “Jogávamos todas as modalidades através do desporto escolar”. Há uma que tem um cantinho no coração: o andebol. “Era um dos chefes da claque do andebol do BC Branco na 1.ª divisão nacional. Que noites no Pavilhão Afonso de Paiva! Era um verdadeiro aficionado. Nenhuma equipa passava aqui. Estava sempre a puxar”.

O Albi Sport é outro emblema do seu imaginário juvenil. Por influência do pai, “um autodidata da modalidade”.

Tem cinco títulos nacionais de futebol feminino, no 1.º de Dezembro e, agora, no Sporting. É um dos nomes incontornáveis da modalidade. E não tem dúvidas que nada vai parar o crescimento a que se assiste: “Ainda há alguns desequilíbrios no universo do território nacional, mas será gradualmente esbatido. Com o aparecimento dos clubes grandes, o futebol feminino tem uma margem de crescimento enorme. Já no meu tempo de selecionador nacional, em 2003, tentei junto da Liga de Futebol Profissional trazer para o feminino os clubes grandes. Na altura, não tive apoio nenhum, nem da Liga nem da Federação”.

Nuno Cristóvão sabe muito bem que Castelo Branco recebeu recentemente o torneio interassociações de fut7 feminino (sub-14). E aplaude. “Quando era selecionador, a AF Castelo Branco fazia um grande esforço para ter miúdas enquadradas no futebol federado. Ainda não era possível formar uma seleção distrital, mas a semente ficou lá…”.

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