Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Louriçal do Campo: O primeiro dia de uma nova vida para o Colégio de São Fiel

João Carrega - 28/12/2022 - 10:37

Concurso público internacional para requalificação e concessão do Colégio de São Fiel foi de novo lançado ao abrigo do programa Revive.

Partilhar:

O Estado português acaba de lançar, através do Programa Revive (iniciativa dos Ministérios da Economia, da Cultura, das Finanças e da Defesa) o concurso público internacional para a requalificação e concessão, por um período de 50 anos, do Colégio de São Fiel, na freguesia de Louriçal do Campo.

As peças de procedimento estão disponíveis na página de internet do programa. Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, acredita que “este é o primeiro dia de uma nova vida para o Colégio de São Fiel”. O governante falava no salão nobre da Câmara de Castelo Branco, no passado dia 20, durante o lançamento daquele concurso público.

O prazo para os interessados apresentarem propostas é de 120 dias, e o imóvel garante aos promotores a possibilidade de ali instalarem um empreendimento turístico, cuja capacidade máxima pode ser superior a 100 unidades de alojamento ou outro projeto com vocação turística. A área bruta de construção é de 17 mil 394 metros quadrados, sendo que a base de licitação é de 27 mil 750 euros de renda anual, para uma concessão de 50 anos.

Esta é terceira vez que a sua requalificação e concessão é colocada a concurso, por parte do Estado. Leopoldo Rodrigues acredita que “agora algo de positivo poderá acontecer”. O autarca considera “o Colégio de São Fiel é uma referência. Pelo edificado, através de um edifício com caraterísticas ímpares, mas também pelo que representa para a educação e cultura. Foi um Colégio que os jesuítas tiveram na região e foi ali que surgiu, em 1902, a revista Brotéria, que ainda hoje se publica”. Foi também ali que estudou o prémio Nobel português, Egas Moniz.

O presidente da Câmara de Castelo Branco recorda que o edifício, “depois dos incêndios de 2017, corre o risco de colapso. É necessário deitar-lhe a mão. Esperamos que venha a ter investidores interessados. Estamos a falar de um edificado e de uma área envolvente significativa, situados na serra da Gardunha, a mais bonita de Portugal, e com uma localização de excelência. Ou seja é um espaço com todas as condições para um projeto turístico de referência”.

Teresa Monteiro, vice-presidente do Turismo de Portugal, destacou neste tipo de procedimentos o trabalho que é efetuado em rede entre os vários organismos do Estado e as autarquias. O Revive engloba 52 imóveis em todo o país, sendo que 23 estão situados em territórios de baixa densidade. Neste momento já foram lançados 28 concursos e efetuados 18 contratos, num investimento global de 131 milhões de euros. Estão em obras três imóveis e dois já se encontram na fase de exploração.

Neste processo o Turismo de Portugal e as Câmaras têm um papel importante na procura de possíveis investidores. O programa garante também uma linha de crédito de garantia mútua de cerca de 150 milhões de euros.

Recorde-se que o Colégio de São Fiel foi colocado a concurso público, para a iniciativa privada, no âmbito do Programa REVIVE em maio de 2018 e posteriormente em 2020. O objetivo desses concursos passava, como agora, por disponibilizar ao setor privado aquela estrutura de modo a ser requalificada para fins turísticos, numa concessão de 50 anos.

O Colégio de São Fiel está sem ser utilizado desde 2003, na altura funcionou como um centro de reeducação para jovens. No passado foi colégio para meninos órfãos e, mais tarde, colégio de jesuítas, por onde passaram grandes figuras portuguesas como o Prémio Nobel Egas Moniz. No verão de 2017 foi consumido pelas chamas.

COMENTÁRIOS