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Oleirense assume diocese das nove ilhas

com Ecclesia - 16/01/2023 - 12:00

D. Armando Esteves Domingues é o 40.º bispo de Angra e o segundo da história da diocese que nasceu no concelho de Oleiros.

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Diocese assinalou entrada solene de D. Armando Esteves Domingues . Foto Ecclesia

O novo bispo de Angra do Heroísmo, nos Açores, disse na primeira homília nestas funções que a Igreja deve ter as portas abertas ao mundo, ser “menos clerical” e permitir aos jovens que tenham lugar e voz. D Armando Esteves Domingues, que é natural de Oleiros, teve a sua entrada solene na diocese açoriana no último domingo, pouco mais de dois meses depois de ter sido nomeado pelo Papa Francisco.

“Gostaria de poder exercer um ministério aberto: a minha porta, a comunicação e coração estarão sempre abertos para todos: clérigos ou leigos, mais ricos ou pobres, mais idosos ou jovens, seja na casa episcopal ou em qualquer casa em outras ilhas. Que não se diga que o bispo anda sempre muito ocupado. Vou procurar marcar dias e horas de porta aberta, mesmo sem marcar”, afirmou o novo bispo de Angra na sua homília.

D. Armando Esteves Domingues definiu as famílias como uma das prioridades da sua ação na diocese, referindo-se ao sínodo 2023/24 “que vem fazendo caminho” e onde “na escola da sinodalidade a vida da Igreja será mais participada por todos, menos clerical e mais capaz de compreender e dialogar com as novas culturas”.

“Não há célula mais sinodal que a família e, delas, podemos aprender melhor o que seja “caminhar juntos e unidos”! Atrevo-me a dizer: nada sem a família. Nada sem as “igrejas domésticas”! Os membros da família perceberão porventura melhor o clamor dos que pedem melhor acolhimento, que não sejam julgados ou até rejeitados”. Pediu ainda o “cuidado uns pelos outros”.

“Cuidemos uns dos outros, cuidai dos membros dos grupos de que fazeis parte, mas sempre e todos a olhar para o mundo à vossa volta. Nunca fechados! Fechados, morremos”.

Na hora em que chega a uma nova realidade, o novo bispo ofereceu a sua disponibilidade ao povo açoriano, dizendo que podem contar sempre com ele “da melhor vontade, como dizem os nossos escuteiros mais novos, os Lobitos”.

D. Armando Esteves Domingues nasceu a 10 de março de 1957 em Oleiros, na Diocese de Portalegre-Castelo Branco, sendo o oitavo filho de uma família de 11 irmãos. Aos 10 anos entrou para o Seminário Menor de Viseu, em Fornos de Algodres, tendo concluído os estudos no Seminário Maior de Viseu em 1980. Antes de ser ordenado padre na Diocese de Viseu, em janeiro de 1982, fez um ano de experiência pastoral em Itália.

Em Viseu desempenhou funções como pároco, professor de moral, assistente regional do Corpo Nacional de Escutas, do Movimento de Educadores Católicos e do Movimento Equipas de Nossa Senhora. O novo bispo de Angra foi ainda capelão militar da Força Aérea Portuguesa e esteve ligado a várias iniciativas ligadas à inclusão social, ao combate ao desemprego, à recuperação de dependências e à habitação. Em outubro de 2018 foi nomeado como auxiliar da Diocese do Porto e no final desse ano foi ordenado bispo.

O executivo municipal de Oleiros emitiu uma nota em que expressa "as maiores felicidades para a nova missão confiada pelo Papa Francisco e realça a enorme honra e orgulho que esta nomeação representa para toda a comunidade, fazendo votos que o seu episcopado seja muito bem-sucedido e que leve todos os oleirenses no coração". A Assembleia Municipal de Oleiros aprovou a 27 de dezembro uma proposta apresentada pelo Grupo Municipal PPD/PSD e pelo Grupo Municipal “Pelo Progresso de Freguesia do Orvalho” de atribuição de um voto de felicitação “pela nomeação de um ilustre oleirense para o exercício de tão altas funções na hierarquia da Igreja". A proposta foi votada por unanimidade.

D. Armando Esteves Domingues é o 40.º bispo de Angra e o segundo oriundo do concelho de Oleiros. O primeiro foi D. João Amaral e Pimentel, que nasceu em 1815 em Oleiros e faleceu em Angra em 1889. O último beirão a ocupar a cadeira foi o alcainense D. Aurélio Granada Escudeiro, que foi bispo daquela diocese entre 1979 e 1996. Neste momento o distrito de Castelo Branco passa a ter dois dos seus naturais à frente de dioceses, depois de o penamacorense D. António Moiteiro ter sido nomeado em 2014 para a Diocese de Aveiro.

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