O quartel dos Bombeiros Voluntários de Oleiros foi inaugurado, no passado sábado, depois de ter sido requalificado e ampliado, num investimento que ultrapassou o milhão de euros.
O quartel dos Bombeiros Voluntários de Oleiros está como novo. Depois de requalificado e ampliado, num investimento que ultrapassou o milhão de euros (co-financiado em 733 mil euros pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos - POSEUR), apresenta agora mais e melhores valências. A inaugurarão decorreu, no passado sábado, numa cerimónia presidida pela Secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar.
A governante considerou que “criar uma obra destas é fundamental sobre diversos pontos de vista: confere aos que cá estão melhores condições de trabalho e convívio; garante maior nível de operacionalidade; e ajuda a criar condições para os bombeiros se afirmem como um todo do país. São por isso, também, um foco de coesão territorial”.
Albino Coelho Caldeira, presidente da direção, classificou “as obras como fundamentais e necessárias, uma vez que o quartel, que ao longo da sua vida tinha sofrido diversos melhoramentos, já não dava resposta às necessidades. Não tinha condições de funcionalidade e tinha a estrutura muito danificada”.
As obras tiveram início em 2017 e neste percurso a Associação procurou outros apoios. À autarquia juntaram-se empresas que “compraram azulejos de um mural e que apadrinharam as novas salas”.
Fernando Jorge destacou a importância da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oleiros. “Esta associação é que apoia a Câmara e não o contrário. O que seria do concelho se ela não existisse. É uma associação, com homens e mulheres que servem o concelho desinteressadamente”, sublinhou.
Neste processo, foram muitos os intervenientes que tornaram possível a sua viabilidade, como Rui Esteves, antigo Comandante Nacional da Proteção Civil, e Joaquim Morão, ex-autarca albicastrense e ex-responsável executivo da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa. “Há que reconhecer todas as pessoas que contribuíram para esta obra”, disse o presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Jorge, para depois sublinhar os nomes do anterior secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, e de Joaquim Morão.
QUARTEL As obras permitiram a requalificação do edifício existente e da zona envolvente. O salão nobre foi reconvertido em três salas de formação. A secretaria, a sala de direção e um espaço que servirá de futuro museu dos Bombeiros (com capacidade para acolher viaturas antigas) foram melhorados, assim como as instalações sanitárias.
Albino Caldeira explica que foi “construído um novo edifício, onde estão instaladas camaratas para homens e mulheres, com uma capacidade para 37 pessoas. Foram construídos novos balneários e sanitários, assim como uma zona para cacifos individuais”. Na sua intervenção, o presidente da direção voltou a recordar o envelhecimento do parque automóvel de pesados, que tem cerca de 25 anos. Reiterou à Secretária de Estado a necessidade dos bombeiros terem um novo veículo florestal de combate a incêndios.
De resto ainda antes da inauguração das instalações, foram benzidas pelo Bispo Auxiliar do Porto, D. Armando Esteves Domingues (ele que é natural de Oleiros e que recordou os tempos de juventude em que quando tocava a sirene corria, com os colegas da sua idade, ao quartel para ajudar no que fosse preciso), seis viaturas. “Recentemente a Câmara de Oleiros apoiou a compra de um veículo de combate a incêndios florestais, que veio substituir um outro. Para além disso, estamos a fazer uma renovação do parquete ambulâncias. Nos últimos anos foi possível dotar os Bombeiros com seis novas ambulâncias, sendo que uma foi financiada pelo INEM, outra pelos nossos conterrâneos Raúl Mateus, Fernanda Mateus e Luís Mateus, e as restantes pelo município”, explica para realçar o apoio que a Proteção Civil e a autarquia têm dado à corporação. “De outra forma teríamos sérias dificuldades”, frisa.
Com cerca de 100 bombeiros no ativo, a Associação conta com duas equipas de intervenção permanente, cada uma com cinco elementos, sendo que são 26 os profissionais que integram os quadros da coletividade. “Neste momento abrimos concurso para o recrutamento de jovens bombeiros e temos um grupo de 19 estagiários a terminar o curso da escola inicial de bombeiros”, conclui.
“Faço um pedido aos bombeiros para que andem sempre seguros. Só é possível dar segurança aos portugueses se vocês estiverem em segurança”. A mensagem é do presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Duarte da Costa, e foi deixada, no passado sábado em Oleiros, durante a inauguração das renovadas instalações do quartel dos bombeiros daquele concelho.
O Brigadeiro General considera que “estas novas instalações representam um investimento participativo e uma maior capacidade de intervenção”, para além contribuírem para a melhoria da qualidade de vida dos bombeiros. Duarte da Costa recordou que, em seis anos, “é a primeira vez que assisto à inauguração de seis novas viaturas em simultâneo”, elogiando por isso a associação de Oleiros. Um elogio extensivo ao facto de ter 19 elementos na escola inicial de bombeiros. “O voluntariado é fundamental para o projeto de cidadania que os corpos de bombeiros têm”. Também o secretário da Liga dos Bombeiros Portugueses, José Requeijo, abordou o assunto. “O difícil é termos bombeiros voluntários. Estes homens e mulheres precisam de incentivos. Ter 19 novos estagiários significa que a dinâmica e a vida na sociedade (oleirense) é grande. Agora há que fazer tudo para que eles se mantenham”, sublinhou.
Luís Antunes, comandante dos Bombeiros de Oleiros, mostrou-se satisfeito com as novas instalações e elogiou o esforço de toda a corporação, no dia a dia, e em momentos mais complicados como os vividos nos incêndios florestais. “No último ano fomos acusados de tudo um pouco. Compreendo a revolta de quem perdeu tudo de um dia para o outro. Somos os primeiros chegar e os últimos a partir. Estamos de consciência tranquila”, disse.
Também José Guedes, do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos - POSEUR, aproveitou a ocasião para referir que “este é um investimento concluído, e que a entidade de gestão está a cumprir a sua função”.
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