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Ideias & Factos: Os funcionários públicos

Agostinho Dias - 26/08/2021 - 8:00

“Portugal tem mais de 731 funcionários públicos, tendo já recuperado os que perdeu nos anos da Troika. O número está perto do máximo de 2005 e poderá em breve atingir o valor mais alto de sempre”. Era esta uma das notícias do “Expresso” da semana passada. Não sabemos bem em que setores tem havido este aumento de funcionários, pois se olharmos para a saúde, diz-se que dos 459 lugares abertos para contratações dos médicos de família, 167 não foram ocupados; se olharmos para o Instituto de Registos e Notariado, noticia-se que é preciso esperar dois meses para ter passaporte, pois as marcações levam mais de 60 dias em vez dos 5 previstos; se olharmos para as lojas de cidadão, as marcações de serviço estão atrasadas em mais de 2 meses; se olharmos para as escolas, os sindicatos falam de falta de professores e auxiliares; se olharmos para a seguranças social, as reformas demoram a chegar quase meio ano; se olharmos para o exército dizem que há mais oficiais e sargentos do que praças , etc,etc.

Todos se queixam da falta de funcionários para executar os serviços e do excesso de trabalho que leva a tido este tempo de esperar.

Afinal para onde foram todos estes funcionários que foram admitidos na função pública? Espero que não sejam todos assessores e motoristas dos políticos, ou que não estejam todos nos vários gabinetes criados nos municípios. Os políticos por vezes têm a tentação de satisfazer clientelas, dando-lhes empregos em troca, mas nem sempre justificando esses empregos. É uma tentação que existe sobretudo no tempo de conquista de votos, mas que o povo não pode pagar…

No n.º 231 de Evangelii gaudium o Papa Francisco diz que “è perigoso viver no reino só da palavra, da imagem, do sofismo… a realidade é superior à ideia. Isto supõe evitar formas de ocultar a realidade “os purismos angélios, os totalitarismos do relativo, os nominalismos declaracionistas, os projetos mais formais que reais, os fundamentalismos anti-históricos, os éticos sem bondade, os intelectualismos sem sabedoria”.

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