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Pais em tempos de crises: Ensinar a inteligência emocional

Mário Freire - 21/06/2018 - 9:24

Na crónica saída no passado dia 8 de Março, nesta secção, dizia que “assim como há uma inteligência intelectual, há, igualmente, uma inteligência emocional”. E ela tem a ver, entre vários aspectos, como “permanecemos optimistas e com a vontade de prosseguir, apesar das contrariedades e obstáculos, se estamos atentos e percebemos o que sentem os outros, se não perdemos o controlo ou não ficamos a remoer em silêncio quando nos zangamos…” 
Ora, num estudo saído no ano passado, que abrangeu quase 98.000 alunos do básico, liderado pela investigadora Rebecca D. Taylor, concluiu-se que a inteligência emocional se aprende e que ela se mantém no tempo. Os investigadores analisaram o impacto de 82 programas escolares de ensino socio-emocional, implicando cerca de 98.000 alunos, distribuídos pela Europa e pelos Estados Unidos. O estudo demorou 18 anos e os dados eram recolhidos de 6 em 6 meses.
Esta pesquisa revelou os efeitos positivos de um ensino preocupado com as emoções. E que efeitos foram esses? Ora, os investigadores verificaram que esses alunos, quando comparados com aqueles que não tinham sido submetidos a tais programas, apresentaram melhores resultados escolares, eram mais sociáveis, tiveram menos problemas disciplinares e familiares e manifestaram menor número de situações problemáticas de saúde mental. Claro que estas conclusões se basearam a partir de dados estatísticos.
Em que consistiram aqueles programas de ensino socio-emocional? Eles tiveram em vista ajudar as crianças e os adolescentes abrangidos pelo estudo a reconhecerem e a dizerem o nome das suas emoções, o que sentiam em determinadas circunstâncias, para que pudessem ter uma maior consciência daquilo por que estavam a passar. Isto permitir-lhes-ia estabelecer melhores relações com os outros e a fazerem escolhas mais construtivas.
Este estudo mostra que a escola deveria preocupar-se não só com os aspectos intelectuais, tais como memorizar, observar, compreender e interpretar os fenómenos, nas diferentes disciplinas mas, igualmente, a debruçar-se sobre os aspectos emocionais dos alunos. Estes são determinantes do seu êxito escolar e profissional mas, também, da sua felicidade.
E que interesse tem este estudo para os pais? Talvez eles preocuparem-se não só em que os filhos tenham boas classificações mas, também, a estarem atentos àquilo que eles sentem, aos seus estados de alma e proporcionar-lhes o ambiente de serenidade para que os filhos os possam expressar sem inibições.
freiremr98@gmail.com

                                                      

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