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Ser pai, hoje

Mário Freire - 23/03/2017 - 11:02

Teve lugar no passado dia 19 a comemoração do Dia do Pai. Ser pai, nos dias que correm, é muito diferente do que era há alguns anos. O papel da mãe, que tinha o protagonismo na educação dos filhos, tende a atenuar-se, passando o pai também a partilhar as responsabilidades parentais. O modelo tradicional aliava a figura paterna à autoridade enquanto que a materna era o espaço dos afectos mas, também, dos cuidados diários da criança. 
Entretanto os tempos mudaram. Mãe e pai, hoje, estão no mercado de trabalho e ambos contribuem para o sustento familiar. Cada vez mais, o pai intervém nas actividades domésticas e nos cuidados a ter com os filhos. Mas, também, nos trabalhos escolares. Trabalhos de casa com a mãe e reuniões na escola com o pai ou trabalhos de matemática com o pai e de língua portuguesa com a mãe, são formas de partilhar os papéis que enriquecem a vida conjugal e dão confiança à criança.
Apesar desta convergência de papéis na vida doméstica, o pai não deixa de ter uma função específica na formação da personalidade dos filhos, tal como a mãe, de um outro modo, a tem. Mas que especificidade é essa, a do pai? Ora, este incita a criança a arriscar-se no mundo que a rodeia, encoraja-a a explorar. Quando o pai faz de cavalinho, com o bebé às costas, este pede-lhe sempre mais e aquele, quebrando um pouco as regras, continua a fazer mais, às vezes de maneira diferente! 
Por outro lado, o pai, na sua interacção com o filho, ajuda o bebé a sair da ligação íntima que mantém com a mãe, contribuindo, assim, para a organização e formação de um novo sujeito. Isto significa, segundo as teorias psicológicas, e que as pesquisas científicas confirmam, que o papel do pai é um dos factores decisivos para o desenvolvimento cognitivo e social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na comunidade. 
Pai e mãe, tendo, pois, modos diferentes de interagir com os filhos, tal não excluem a convergência quanto aos meios que utilizam. Se o papel da mãe é insubstituível, a sua complementação com o do pai, em diálogo, irão dar à criança a possibilidade de ela adquirir a sua própria identidade, se desenvolver de uma maneira harmoniosa, física e psicologicamente, e torná-la capaz de enfrentar as procelas que a vida, mais tarde, lhe trará. 
freiremr98@gmail.com

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