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Pais em Tempos de Crises: A superprotecção dos filhos

Mário Freire - 28/04/2016 - 15:34

A superprotecção é um comportamento que alguns pais têm e que se traduz em querer satisfazer as necessidades dos filhos antes de eles as sentirem. Esta superprotecção pode manifestar-se sob formas variadas como o agasalhar demasiadamente os filhos, proibi-los de correr nos recreios com o medo de que caiam, desencorajá-los de participar nas aulas de Educação Física, receando alguma queda, não os deixar ir à escola a pé, quando as distâncias e as idades já o permitiriam, tomar decisões que só a eles competiriam…

Exceptuando algumas situações de doença dos filhos, em que essas preocupações podem ser justificáveis, as causas para estes comportamentos dos pais decorrem, muitas vezes, da ignorância das consequências da superprotecção.

"Crianças e adolescentes superprotegidos necessitam, geralmente, de uma aprovação quando fazem qualquer acto que julgam bem feito"

Uma das mais evidentes é a baixa autoestima. As crianças e os adolescentes têm medo de enfrentar as situações sozinhos. É o que acontece com muitos que não participam nas aulas, receando errar ou de se expor perante os outros. Outra das possíveis consequências é a dificuldade de tomarem decisões por si mesmos, uma vez que foram os pais quem, pelos filhos, as tomaram frequentemente, quando disso não necessitavam.

Crianças e adolescentes superprotegidos necessitam, geralmente, de uma aprovação quando fazem qualquer acto que julgam bem feito. Claro que o elogio é uma medida educacional que pode melhorar os comportamentos, aumentar a motivação para o estudo e a autoestima. Mas, nem sempre o que fazemos de bom é elogiado e isso não pode impedir-nos de continuar a esforçar-nos por fazer o melhor que pudermos. Ora esta atitude, o não reconhecimento social e, por vezes, até, a ingratidão, necessitam de serem abordadas na aprendizagem para a vida por parte da família. Outras consequências poderiam enunciar-se. Referiria aquela em que os filhos, quando adultos, responsabilizam, por vezes, os pais pelas decisões que, em vez deles, foram tomadas e que influenciaram negativamente o seu futuro.  

Dar a liberdade aos filhos, de acordo com a sua maturidade, deixá-los tomar as decisões que contribuam para fazer deles cidadãos responsáveis, eis algumas atitudes que poderiam nortear os pais na sua missão de educadores. 

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