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Pais em tempos de crises: Auto-estima de crianças e adolescentes e redes sociais

Mário Freire - 27/05/2021 - 9:29

Num estudo publicado já este ano por uma equipa de cientistas noruegueses foi investigada a influência que as redes sociais têm na auto-estima em crianças e adolescentes dos 10-14 anos.
A auto-estima é a maneira pela qual nos avaliamos, a visão que temos de nós mesmos. A auto-estima interfere em todas as áreas da vida, desde a maneira pela qual o indivíduo se relaciona consigo próprio e com os outros até ao desempenho profissional. Uma boa auto-estima possibilita que a pessoa se sinta bem consigo, a cuidar das suas necessidades e a procurar objectivos pessoais.
Independentemente dos benefícios/ prejuízos que possamos atribuir ao uso das redes sociais, segundo aquele estudo, quase todos os adolescentes (94%) dos países desenvolvidos as usam, como Instagram, Snapchat, WhatsApp e Facebook, onde colocam as suas “selfies”. No uso destas redes domina a imagem, incluindo alguns comentários feitos pelos próprios ou por outras pessoas. 
Aspecto considerado foi a perspectiva de actividade e passividade na utilização das redes sociais. Definindo a “postagem” como a publicação de imagens, comentários numa página de internet…, encontrou-se uma relação entre o seu uso “passivo” (ou seja, o seguir as “postagens” de outras pessoas) com a depressão e o menor bem-estar. O uso “activo” inclui a postagem e a interacção com outros utilizadores.
Relativamente a este segundo uso, o “activo”, os investigadores salientam o “auto-orientado”, isto é, aquele que se refere a postagens originais, actualizações e fotos. Este tipo de uso nas redes sociais pode aumentar a auto-estima, pelo menos por duas razões: as fotos online costumam ser as “melhores versões” de si mesmo e isso pode significar a forma como os adolescentes se vêem. Em segundo lugar, quando os adolescentes postam a sua própria imagem, a grande maioria recebe feedback positivo, aumentando a auto-estima. Essa maior auto-estima poderá traduzir-se não só numa maior satisfação pessoal como, igualmente, ser orientada para uma maior atenção às necessidades dos outros. 
No uso passivo das redes sociais, os adolescentes estão vendo e avaliando as apresentações ideais dos outros. Isso pode levá-los a fazer comparações consigo próprios, sentindo-se diminuídos, com impactos negativos quer na sua auto-estima, quer na sua relação com os que lhes estão mais próximos.
A auto-estima decorrente da imagem de si próprio parece ser mais importante para as raparigas do que para os rapazes, integrando elas mais aquilo que consideram o corpo ideal, promovido por essas redes, por exemplo, os ideais de magreza.
Ir acompanhando o que a ciência nos vai dizendo sobre as redes sociais, quando utilizadas pelas crianças e adolescentes, pode ajudar a acção daqueles que têm responsabilidades educativas, especialmente os pais.

 

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