Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Pais em Tempos de Crises: Ensinem-lhes que a terra é nossa mãe

Mário Freire - 05/08/2021 - 9:23

O título que encima esta crónica foi retirado da resposta dada em 1854 pelo Chefe Índio Seattle ao Grande Chefe Branco de Washington, quando este se propôs comprar uma grande extensão de terras índias, oferecendo, em contrapartida, a concessão de uma “reserva” para o povo indígena. Aquela resposta constitui uma das declarações mais belas feitas em prol da Natureza.
Cada vez mais se vão ouvindo gritos de alarme sobre as alterações climáticas. As temperaturas acima dos 50 graus centígrados nos Estados Unidos e Canadá, as cheias devastadoras no Centro Oeste da Europa, na Índia e na China, a fome provocada por uma seca que parece não ter fim e que está a ameaçar de fome 1,14 milhões de pessoas de Madagáscar são sinais bem visíveis de como a Natureza reage à violação das leis que a regem, facto que há muito vinha a ser alertado pelos cientistas.
Parece ter-se chegado a um ponto em que se tudo continuar como dantes, o planeta Terra tornar-se-á inabitável, e a curto prazo! Os nossos comportamentos de consumo, as nossas necessidades, os nossos interesses terão que ser reformulados, tendo em vista a sobrevivência humana. Há que caminhar para uma nova forma de viver, de que o Papa Francisco, na Encíclica “Laudato Si” e Greta Thunberg, pela mobilização que suscitou entre os jovens à escala planetária, foram exemplos de figuras que tornaram mais visível esta emergência climática que paira sobre a humanidade. Os poderes políticos mundiais terão, então, que estabelecer as medidas de modo a fazer-se a substituição progressiva, mas urgente, dos combustíveis fósseis por outras fontes de energia limpas. Tal substituição implicará, a par de uma grande solidariedade para com os países mais pobres, uma revolução não só tecnológica mas comportamental, hierarquizando necessidades, estabelecendo prioridades, fazendo distinção entre o essencial e o acessório.
E os pais? Qual o papel deles perante esta realidade sombria que está no horizonte? Eles, antes de mais, têm que estar sensibilizados para a mudança radical que se anuncia. Depois, há que promover nos seus filhos comportamentos de poupança na água, banhos curtos, fechar a torneira enquanto lavam os dentes, desligar as luzes quando não são necessárias, separar os lixos, reaproveitar sacos, minimizar a apetência por produtos supérfluos que impliquem gastos energéticos… Claro que a escola deve ter, neste âmbito, um papel fundamental na aquisição de hábitos ambientalmente sustentáveis nos alunos e, indirectamente, promover a educação ambiental da própria família. 
Enfim, todas as instituições (família, escola, associações, igrejas, autarquias…Estado) têm que assumir este lema, já indicado pelo Chefe Índio Seattle há mais de 150 anos: “a terra é nossa mãe”. 
freiremr98@gmail.com

 

COMENTÁRIOS