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Pais em tempos de crises: Quais são os medos dos futuros pais?

Mário Freire - 12/04/2018 - 9:51

Há uma plataforma digital francesa que ensina os futuros e os actuais pais a serem melhores pais e que se chama “Parole de Mamans Academy”. O seu corpo técnico integra especialistas em lactação, pediatras de várias especialidades, ginecologistas, nutricionistas, psicólogos, auxiliares de puericultura… Trata-se de uma instituição de acesso gratuito que nasceu há cerca de 2 anos, a partir de uma revista com o mesmo nome e que tem o patrocínio do Ministério da Saúde e dos Assuntos Sociais francês. Ela utiliza um ensino atraente, em que os vídeos são um instrumento importante, e responde por e-mail às diferentes questões dos pais e futuros pais sobre as situações mais diversas no âmbito da saúde do bebé, maternidade, puericultura, parentalidade...
Serviços com estas características, gratuitos e com um corpo técnico qualificado a assessorá-lo, não serão fáceis de encontrar. Pena é esta plataforma ser em língua francesa, idioma que hoje, em Portugal e um pouco por todo o mundo, está em franco declínio.
Ora, esta plataforma tornou públicos os resultados de um inquérito que realizou em Maio de 2016 junto de 410 homens e mulheres, futuros pais, sobre várias temáticas, a respeito do que eles mais receavam para os seus filhos. O estudo revelou os seguintes valores: 31% dos inquiridos manifestavam o receio de que os filhos não fossem pessoas inteligentes; 36% tinham medo de que os filhos não viessem a gostar dos pais; 65% exprimiram o receio de que os filhos sofressem de alguma malformação; os homens recearam, em 64%, não virem a ser bons pais, enquanto que as mulheres, em 55%, duvidavam da sua competência para serem boas mães; quanto ao parto, enquanto que 29% dos homens pensam nele com apreensão, nas mulheres, a percentagem sobe para 67%, devido a possíveis complicações. Finalmente, 73% dos inquiridos manifestaram o receio de que os seus bebés não viessem a ter um corpo gracioso.
De salientar, entre todos estes números, a relevância que é dada pelos futuros pais ao aspecto físico do bebé, sobrelevando o das malformações. É certo que este inquérito manifesta, pelo menos, duas grandes limitações: a amostra ser demasiada pequena e só 22% dela ser constituída por homens. Ficam, no entanto, duas perguntas: 
A sobrevalorização do aspecto físico do bebé em relação à sua malformação será de generalizar a todo a França e, por arrastamento, a toda a Europa Ocidental? Será esta sobrevalorização o espelho de uma sociedade que põe o aspecto acima de qualquer outra característica das pessoas? 
freiremr98@gmail.com

 

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