Pais em tempos de crises: Uma perspectiva da família no mundo

Mário Freire - 22/09/2016 - 11:11

Foi publicado em Julho deste ano, por duas instituições italianas (Fundação Novae Terrae  e a Universidade Católica de Milão), um estudo sobre a família no mundo. Para isso, definiram o Índice Global Independente sobre a Família (IGIF) e elaboraram um ranking a partir dos dados recolhidos em 46 países. Tomaram como elementos de análise a estrutura das famílias, os quais incluíam questões relativas à relação entre os cônjuges; recursos que apoiam a família nas suas funções básicas (emprego, vencimentos…) e serviços de apoio à família, em geral, e à criança, em particular. Foi obtida para cada país em análise, a partir destes indicadores, uma pontuação e feita, depois, uma ordenação desses mesmos países em função do IGIF obtido. 
Diga-se que estas instituições incluíram no conceito de família a relação matrimonial estável entre duas pessoas heterossexuais em que a procriação é um dos factores essenciais na união conjugal.
Acontece que, nos tempos que correm, este tipo de união deixa de fora uma parte significativa das uniões que adoptaram outros padrões de conjugalidade e outros fins, em que a procriação não é o factor essencial. Isto não significa que a norma seja tomada como modelo e, por isso, a família tradicional, que tem os requisitos estabelecidos por aquelas instituições italianas, continua a ser aquela que melhores condições proporciona quer ao desenvolvimento pessoal dos cônjuges, quer ao desenvolvimento integral dos filhos. 
Ora, nesse ranking do Índice Global Independente sobre a Família, as cinco primeiras posições foram ocupadas pela Dinamarca, Nova Zelândia, Suécia, Noruega e Israel. Portugal, um pouco abaixo da média, faz parte de um grupo onde se encontram a Espanha, Áustria, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e outros. No fim da lista encontram-se a Macedónia, Croácia, Peru, República Checa, Polónia...
Neste estudo sublinha-se a importância da família no funcionamento da sociedade e a obrigação que tanto esta como o Estado têm na protecção, assistência e promoção quer da estabilidade do lar, quer de condições que propiciem os nascimentos dentro do ambiente familiar.