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Penamacor: Poesia popular em livro sobre raia beirã

Reconquista - 17/12/2021 - 11:51

Francisco Abreu reuniu, em livro, a poesia popular da raia beirã. As recolhas efetuadas durante mais de 30 anos foram agora apresentadas.

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O livro "Poesia Popular da Raia Beirã", da autoria do investigador Francisco Abreu, foi apresentado em Penamacor, no passado domingo, no âmbito do programa da Vila Madeiro.

O livro, muito cuidado, resulta de um apurado trabalho de recolha e investigação do autor ao longo de décadas. No entanto, como revela, “muitas das recolhas só se tornaram possíveis pela dedicação de muitas alunas e muitos alunos que encontrei nas aulas de Filosofia e Antropologia Cultural, durante cerca de treze anos, no, infelizmente, já extinto Externato Nossa Senhora do Incenso, o nosso Colégio. No âmbito destas disciplinas, muitos trabalhos de recolha foram sendo feitos, não só no que à Poesia Popular diz respeito, mas também na salvaguarda de outras memórias e saberes, como Contos, Lendas e Orações; Anedotas e Adivinhas; Receitas e Mézinhas Caseiras; Lengalengas e Memórias de Profissões e Trabalho”.

Além da poesia popular, o livro apresenta também folhetos de cordel. “Não se ouvem, ou raramente, as vendas das ‘banhas da cobra’ nos mercados da nossa região! Já não se vêm (e humanamente, ainda bem!) pobres e indigentes nas feiras e mercados, cantando à viola beiroa, ao realejo ou à concertina, desgraças e tragédias, amores e desamores, entregando um “folheto de cordel”, esperando a dádiva de um copo de vinho, de uma sardinha frita ou de um simples naco de pão!”, recorda.

O livro inclui todas as freguesias do concelho de Penamacor e duas do de Idanha-a-Nova. Anselmo Cunha, autor do prefácio, frisa a importância do livro para a preservação da memória da região, referindo que “quando, e se, essa memória se perder, deixarmos de ser penamacorenses, beirões, portugueses. Seremos outra coisa qualquer, provavelmente indiferenciada, seguramente irrelevante”.

A obra, de 464 páginas impressas a cores, editada pela RVJ Editores, inclui fotografias de Jolon, e constitui um importante património histórico para aquele território, como foi referido pela vice-presidente da Câmara, Ilídia Cruchinho, e pela representante da Junta de Freguesia local. A obra foi apoiada pelas duas autarquias e por diferentes empresas do concelho.

COMENTÁRIOS

JMarques
à muito tempo atrás
"Muitas alunas e muitos alunos", era termo que não constava nem se usava, nas Lengalengas e Memórias desse tempo.