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Pinhal Maior: Equipamento florestal ganha autonomia

Reconquista - 16/02/2023 - 8:00

O equipamento adquirido pela Pinhal Maior ganha competências, para intervir em limpezas florestais, manutenção de caminhos, corta-fogos ou gerir os combustíveis.

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Produtores participaram numa demonstração prática

O equipamento florestal adquirido Pinhal Maior – Associação de Desenvolvimento do Pinhal Interior Sul para tralhar nos municípios da sua área de intervenção (Proença-a-Nova, Oleiros, Vila de Rei e Mação, uma vez que a Sertã já dispõe de equipamento idêntico) está a ganhar mais competências, para intervir em limpezas florestais, manutenção de caminhos, corta-fogos ou gerir os combustíveis em torno das habitações e dos aglomerados populacionais. Este trabalho está a ser apoiado pela Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) da Universidade de Coimbra e o SerQ – Centro de Inovação e Competências da Floresta, o que permitirá que a máquina possa vir a funcionar sem a presença de um operador.

“O que instalámos é um sistema sensorial composto por três tipos diferentes de perceção: temos câmaras em toda a volta do dispositivo, sensores térmicos e sensor laser”, explica Carlos Viegas, da ADAI. Estes sensores permitirão que a máquina se adapte e avalia o terreno que está a limpar, evitando obstáculos, além de identificar a presença de seres vivos através dos sensores térmicos. O objetivo é dotar a máquina de inteligência e de funcionamento autónomo, através da pré programação: “ao colocarmos este tipo de automatismos não estamos a dizer que vamos tirar completamente as pessoas do terreno, elas vão ser sempre necessárias, o que podemos é maximizar a sua capacidade de trabalho”, acrescentando ainda que esta é uma forma, por exemplo, de responder à falta de mão-de-obra neste sector.

Alfredo Dias, do SerQ e Universidade de Coimbra, destaca que em cada demonstração que for feita vão sendo apresentadas novas funcionalidades que ainda estão a ser desenvolvidas e melhoradas. “Nós só poderemos contribuir para resolver o problema dos incêndios com recurso à tecnologia, porque com recurso à força humana temos uma batalha muito difícil e com muitas derrotas pelo caminho”, sublinha.

O presidente do Município de Proença-a-Nova, João Lobo, destaca a colaboração entre entidades que permite que o conhecimento circule das universidades para o terreno.

No caso dos incêndios rurais, que, até pelas alterações climáticas, “vão traduzindo eventos mais gravosos e recorrentes, com ciclos cada vez mais curtos, as faixas de interrupção de combustível e a limpeza em redor dos aglomerados populacionais são fundamentais nesta estratégia”. Este equipamento poderá ser utilizado nestes casos, em articulação com os outros municípios, em função da “priorização da sua atividade”.

A demonstração foi realizada dia 10 de fevereiro junto ao Aeródromo e contou com a presença das várias entidades envolvidas neste projeto Forest 4 Future, financiado pelo Centro 202, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, dos presidentes das Uniões e Juntas de Freguesia do concelho e ainda de público ligado a este sector de atividade.

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