O Dia Mundial da Poesia (que é também o Dia Mundial da Árvore) celebra-se esta quinta-feira, 21 de março. A Câmara de Castelo Branco/Biblioteca Municipal António Salvado promove, com a colaboração do «Círculo de Estudos de Poesia e Cultura João Roiz» uma jornada cultural que alia diversos atos ligados à escrita, em particular à poesia.
De acordo com o que o Reconquista conseguiu apurar, Em diversos pontos da biblioteca serão lidas a partir das 17H00 várias composições de poetas albicastrenses, do século XVI à atualidade, por atores de companhias de teatro locais (Váatão, Tramédia, Mimabô), através de prestações cénicas, musicais e performances adequadas ao evento. Esta «leitura» será retomada um mês depois, a 21 de abril, privilegiando nessa data poemas de António Salvado. Nesse dia, serão também inauguradas duas mostras bibliográficas: de livros de poetas locais e/ou do concelho; de livros de diferentes autores, nacionais e estrangeiros, com expressivas dedicatórias para o poeta António Salvado. Paralelamente, estarão expostas cartas dirigidas a António Salvado, assinadas por relevantes personalidades portuguesas ligadas à cultura em geral, à literatura e às artes em particular, tais como Fernando Lopes Graça, José Régio, Eugénio de Andrade, Herberto Hélder, Fernando Guimarães, Fernando Namora, Jacinto do Prado Coelho, Cruzeiro Seixas e Costa Camelo.
Este enfoque documental e bibliográfico que privilegia António Salvado estará patente até ao dia 21 de abril e inscreve-se na circunstância da passagem do 1.º aniversário da sua morte (5.3.2023) e no facto de lhe ter sido outorgada pelo Município de Castelo Branco a qualidade de Patrono da Biblioteca Municipal.
No átrio da biblioteca estarão também dispostos, entre fotografias, poemas deste nome doravante referencial na matriz cultural e literária de Castelo Branco (pois além da sua representatividade como autor literário foi também professor do ensino secundário e superior, conferencista, diretor de publicações, diretor do Museu Francisco Tavares Proença Júnior), poemas esses que, pouco conhecidos e referenciados, refletem a sua particular sensibilidade e revolta perante a Guerra (desde logo, Colonial), assumindo uma inequívoca posição de defesa da Liberdade do Homem, do espírito e da consciência individual, perante todo o tipo de opressão, física ou ideológica. Pretende-se certamente, com esta seleção temática, sinalizar a proximidade dos 50 anos do 25 de Abril.
No Dia Mundial da Poesia será também distribuída na biblioteca uma «coletânea de poemas» de autores albicastrenses e da região concelhia (pelo que nos disseram, mais de três dezenas!), organizada por Paulo Samuel e expressamente concebida para assinalar a efeméride. Decorrerá ainda um tempo «para ler de graça»… que só os participantes na sessão que decorrerá até cerca das 19H00 poderão descobrir.
A entrada é livre e Paulo Samuel refere com alguma ironia que “estão convidados todos os que ainda não apagaram do seu afadigado quotidiano, da atual preponderância do digital (que a tantos faz refém nas redes ditas «sociais») a importância da leitura em suporte de papel, designadamente a de livros de poesia”.
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