Proença-a-Nova: Município recorda legado de ex-autarca

Lídia Barata - 30/11/2022 - 8:00

Em duas décadas, Diamantino André ajudou a mudar a face do concelho e deixa a sua marca em algumas das obras emblemáticas do território.

Diamantino André liderou o Município duas décadas

Faleceu na manhã de domingo, dia 27 de novembro, aos 82 anos, o tenente-coronel Diamantino Ribeiro André, que presidiu ao Município de Proença-a-Nova durante 20 anos (1985-2005). Faleceu em Coimbra, onde estava internado. O presidente da Câmara de Proença-a-Nova emitiu uma nota de pesar à família e decretado luto municipal segunda-feira, dia em que se realizou o funeral na sua terra natal, Montes da Senhora. “Independentemente da apreciação política que se possa fazer das suas decisões enquanto presidente de Câmara, destaco a dedicação que colocou no serviço público e o facto de ter sempre promovido o concelho no contexto regional e nacional, marcando sem dúvida a história recente do nosso território. Que o seu exemplo possa ser seguido por mais pessoas que sintam o chamado de servir a causa pública”, afirma João Lobo.

Fez carreira militar, ao serviço do exército português, em resposta a um “chamamento para defender a disciplina e os ideais da pátria”, como referiu ao neto Miguel André Martins, numa entrevista ao jornal Nova Geração, do Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova. Aos 28 anos comandava 300 homens no cenário de guerra, em Angola e Guiné, o que lhe vale uma condecoração do general Spínola. Por cá, passou ainda no Regimento de Infantaria de Castelo Branco, foi subcomandante da PSP em Coimbra e comandante do Comando Distrital da PSP de Castelo Branco, de 1982 a 1984.

Em 1985 continua a servir a causa púbica, mas desta vez a presidir aos destinos do concelho de Proença-a-Nova, tendo sido eleito sob a insígnia do PSD. Em 2005 perde o lugar para João Paulo Catarino, eleito pelo PS, mas que fez parte dos seus executivos como vereador.

O Município, destaca que nos 20 anos que liderou a Câmara, além de projetos relacionados com o saneamento básico e dar continuidade à promoção das praias fluviais, fica ligado a algumas obras emblemáticas, como a inauguração da barragem das Corgas (1990) e do primeiro troço do IC8 entre Sertã e Proença-a-Nova (1995). Foi pavimentada a pista o aeródromo das Moitas (1987), inaugurado o Centro de Saúde de Proença-a-Nova (1998), a Conservatória do Registo Civil e Predial e Cartório Notarial (1993), construído o conjunto de edifícios e novo mercado (1987), foram dados passos importantes na organização das zonas industriais de Proença-a-Nova e Sobreira Formosa e também na construção de parques eólicos no concelho. Construiu vários polidesportivos na década de 90, inaugurou o pavilhão municipal (1993), o campo de tiro da Nave à Metade (1995) os campos de ténis (1997), a piscina municipal (1998), o auditório e biblioteca municipais (1991), o Centro de Artes e Ofícios de Sobreira Formosa (1994), lançou as obras do Centro Ciência Viva e do edifício dos Fortes e Baterias. Promoveu eventos como o “Rasgar da Interioridade” (1992) ou os “Trilhos do Pinhal” (1994). Criou o Centro de Paraquedismo das Moitas (2001), foi feito o primeiro percurso pedestre mental (2003) e inaugurou o Hotel das Amoras (2004).

Ainda na entrevista ao neto Miguel revelou que a família sofreu as suas ausências, mas sempre foi o seu farol. “Tudo fiz para honrar o apelido André e é esse o testemunho que deixo”, reiterou.

À família enlutada, Reconquista endereça também sentidas condolências.