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Proença-a-Nova: Plantas aromáticas ajudam a prevenir diabetes

Reconquista - 25/10/2021 - 10:29

A diabetes afeta uma fatia considerável da população. A medicina já fez muitos avanços, mas as plantas medicinais também dão o seu contributo.

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Município prepara uma rota dedicada às medicinais e aromáticas

A diabetes afetava, em dezembro de 2020, 835 utentes do Centro de Saúde de Proença-a-Nova, cerca de 25 por cento dos 3314 casos identificados na área do Agrupamento do Centro de Saúde do Pinhal Interior Sul (Proença-a-Nova, Oleiros, Sertã e Vila de Rei). Os dados foram divulgados sábado, dia 16 de outubro, por Joana Leme, coordenadora da Unidade Funcional de Diabetes deste Agrupamento, durante a segunda edição da Rota das Plantas Aromáticas e Medicinais na História da Medicina, que assinalou também os 100 anos da descoberta da insulina.

O percurso histórico e as conquistas neste campo foram destacados neste evento, que decorreu no Centro Ciência Viva da Floresta, onde Fernanda Delgado, da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, sublinhou o papel das plantas medicinais no controlo da diabetes. “Sendo a diabetes tipo 2 resultado de um estilo de vida stressante e de uma alimentação nutritivamente mal gerida, a utilização de medicamentos à base de plantas ou das próprias plantas, através dos seus elevados níveis de compostos bioativos que induzem à atividade antioxidade das enzimas do nosso organismo, melhoram os níveis gerais de autorregulação dos órgãos. Esta regulação dos antioxidantes das células dos diferentes órgãos é uma forma preventiva e de estímulo à homeostase do organismo”, referiu.

Joana Leme referiu-se aos custos para lidar com a diabetes, que rondam os sete a oito por cento do orçamento nacional da saúde. Em Proença-a-Nova são quase 250 mil euros, sobretudo para prescrição de insulina.

Ana Mafalda Reis, professora auxiliar convidada do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade do Porto (ICBAS), frisou que aquando da descoberta da insulina, em 1921, o custo elevado limitou a sua utilização por todos os doentes, o que levou o diabetologista Ernesto Roma a criar, em 1926, a Associação Protetora dos Diabéticos Pobres, a primeira no mundo, disponibilizando insulina gratuitamente. “A insulina é agora comparticipada a 100 por cento. A história vale para refletirmos sobre o trajeto até esta conquista”, referiu.

Na mesa redonda dedicada à caracterização da diabetes e ao seu impacto na sociedade como fator de risco, moderada por Mariana Monteiro, professora associada com agregação do ICBAS, os alunos de medicina Ana Lucas, Beatriz Martins, Leonor Campelo, Mafalda Ferreira e Pedro Menchaca elencaram os principais sintomas da doença e alguns dos fatores de risco da diabetes tipo 2, associada às rápidas mudanças culturais e sociais, ao envelhecimento da população, às alterações alimentares ou à redução da atividade física. Já a importância do exercício físico no controlo desta e de outras doenças foi destacada por Nuno Alves, do Grupo de Desporto do Município.

Na sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, João Lobo, referiu o projeto em curso de reconversão do percurso pedestre PR5 em Rota das Aromáticas, precisamente para assinalar a importância das plantas aromáticas e medicinais no território e o seu potencial económico.

Teve ainda lugar a 11.ª Oficina do projeto BioAromas e BioAromas-liis (laboratório de integração e inovação social), coincidindo com o Dia Internacional da Alimentação.

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