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Proença: Mó é pioneira em reconverter área florestal

Reconquista - 05/09/2019 - 8:00

O município lançou o desafio e colocou meios ao dispor das aldeias para se protegerem e tratarem da melhor forma da faixa de contenção ao seu redor.

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A primeira aldeia a reconverter floresta em área agrícola

A aldeia de Mó, pertencente à União de Freguesias de Sobreira Formosa e Alvito da Beira, é a primeira localidade do concelho de Proença-a-Nova a beneficiar do apoio municipal para reconversão de áreas florestais em áreas agrícolas nas faixas de gestão de combustível em redor do aglomerado populacional. Na prática, todos os proprietários de terrenos localizados dentro dos cem metros da faixa de gestão onde ainda havia floresta uniram-se e o município irá mobilizar o solo e disponibilizar as árvores e arbustos que melhor se adequem às características da região.

Este apoio diferenciador foi apresentado pelo presidente da Câmara no início do ano nas 16 sessões de sensibilização sobre proteção da floresta e defesa de pessoas e bens que foram desenvolvidas em vários pontos do concelho, tendo o respetivo projeto de regulamento sido publicado em Diário da República a 26 de junho.

“Já é bem visível no território o esforço dos privados em manterem limpos os terrenos nestas faixas de gestão de combustível, também por força do que está definido na lei. O principal objetivo desta iniciativa é incentivar, por um lado, uma gestão conjunta do território, a única solução para a nossa floresta, e, por outro, permitir que os proprietários continuem a tirar alguma rentabilidade dos seus terrenos”, explica João Lobo, acrescentando que, “nesse sentido, conta com o apoio do Centro Ciência Viva da Floresta e de instituições parceiras que definirão, em cada uma das aldeias que aderirem a este projeto, as espécies que têm melhores condições de desenvolvimento”.

Nesta fase, já foi feito o levantamento em ortofotomapa das parcelas existentes nos 100 metros da faixa de gestão de combustível da Mó, com a identificação de todos os proprietários, a maior parte deles não residentes na aldeia. Os promotores deste projeto salientam, como aspeto positivo, o facto de se terem estabelecido contactos com os “filhos da terra” que foram perdendo ligação à aldeia e que, desta forma, ficaram a conhecer os limites dos seus terrenos, para além de se estreitarem laços afetivos. Para outubro, está prevista a preparação dos solos e até 30 de março serão plantadas as árvores que criarão as novas áreas agrícolas e que contribuirão para a proteção da aldeia, envolvida por pinhais, resultado da regeneração do incêndio de 2003.

A salvaguarda da aldeia foi precisamente um dos principais motivos que levou a Mó a aderir a este apoio municipal. Qualquer outra aldeia do concelho poderá solicitar o mesmo apoio, cumprindo o definido no Regulamento de Apoio à Reconversão de Áreas Florestais em Áreas Agrícolas nas Faixas de Gestão de Combustível em redor dos Aglomerados Populacionais.

“Neste momento temos uma outra localidade em que já há a concordância de todos os proprietários e em breve será feito o levantamento pelos técnicos do município e a minha expetativa é que outras aldeias equacionem a adesão a este projeto, até para que tenhamos massa crítica para o tornar um exemplo de boas práticas a nível nacional a que associaremos, no devido tempo, outras valências para a rentabilidade económica da terra”, conclui João Lobo.

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