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Leitores: O fim previsível do tabu inexistente

Luís Filipe Santos - 06/04/2023 - 10:02

Esta semana foi marcada pelo crime hediondo ocorrido no Centro Ismaili de Lisboa, onde duas funcionários morreram esfaqueadas por um refugiado afegão, que estava há cerca de um ano a morar em Odivelas.

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Esta semana foi marcada pelo crime hediondo ocorrido no Centro Ismaili de Lisboa, onde duas funcionários morreram esfaqueadas por um refugiado afegão, que estava há cerca de um ano a morar em Odivelas. Este cidadão frequentava algumas das ações de inclusão patrocinadas por aquele espaço para integração de refugiados na cultura portuguesa, para além de estar a tentar regularizar a sua situação enquanto cidadão, porque, até ao dia em que realizou tal ato, apenas beneficiava do estatuto de proteção internacional. 
É, neste contexto muito particular, necessário termos uma discussão muito séria sobre a politica de imigração que queremos ter para o futuro próximo de Portugal. E temos duas formas de a ter. Ou entramos na histeria cacofónica de ver quem berra mais alto e passado umas horas depois de duas mortes terem acontecido no centro de Lisboa, culpamos um Governo em funções (sinto que, em relação a esta matéria, sou totalmente insuspeito em defender este Governo), demonstrando uma clara insensibilidade política, encontrando culpados externos, de forma demagógica, dando um tremendo tiro no pé. Ou está, na altura, de termos uma posição séria e de percebermos como um problema, à primeira vista, pode ser a solução para o grande problema do futuro próximo do nosso Portugal. 
Esse grande problema de Portugal, é o nosso problema imediato. Já nos está a bater à porta e não o podemos ignorar. Chama-se despovoamento galopante, conforme os resultados observados Censos após Censos. Estamos a perder população década após década, resultado das políticas sem estratégia, da falta de planeamento e visão, de andarmos a brincar aos territórios e à sua organização, sem percebermos o caminho, com falta de pulso dos atores liderantes, constantemente a pensar na próxima eleição e nunca na próxima geração.
Mas este é o tema certo para se poderem ver as claras diferenças dentro do espectro político do centro-direita português e pelo qual existem coligações que nunca poderão ser feitas. Existem fronteiras na defesa absoluta dos direitos fundamentais do ser humano. Daí o PSD ser um partido humanista e interclassista. Portugal, no futuro, tem de saber olhar para quem pode fazer de Portugal, um país mais forte e qualificado, respondendo às nossas necessidades e aos desafios colocados ao mercado de trabalho. Nessa lógica, observamos com orgulho, o trabalho realizado no Município do Fundão, que soube posicionar o seu Centro para as Migrações no contexto de uma estratégia de resposta às suas necessidades, concedendo dignidade, dando formação e usufruindo das mais-valias de terem mão-de-obra qualificada disponível para poder colmatar as insuficiências de um mercado de trabalho nacional com mais de 50.000 vagas de emprego disponíveis.
É esta a estratégia defendida pelo PSD e pelo seu Presidente Luis Montenegro desde o início do seu mandato, demarcando-se, de forma clara, de posições oportunistas e demagógicas. Nem poderia ser de outra forma. Nunca, em tempo algum, quem tem estas posições, poderá fazer parte de um projeto reformador para liderar e mudar Portugal. É o sentimento de esperança que tem o dever de nos guiar no nosso caminho, nunca o do ódio. Num tabu criado pelo Partido Socialista, interessadíssimo em alimentar o Chega, para perpetuar o ciclo de poder. 
E, quem sabe, esquecendo-se, da forma única, como chegaram ao poder em 2015. Normalizando, o Bloco de Esquerda (descendentes da União Democrática Popular e do Partido Socialista Revolucionário) e o Partido Comunista (sim, o que continua a ignorar a guerra na Ucrânia). Em 2015, normalizar a extrema-esquerda e juntar-se a ela para derrubar o partido vencedor foi um ato normal. Nos dias de hoje, criar o bicho papão da entrada da extrema-direita no arco da governação é uma anormalidade lesa-pátria. Mas, desengane-se, quem acha que isto pode acontecer. Num tabu criado para alimentar a tese do medo. Nunca, quando chegar o momento da decisão, isso terá probabilidades de acontecer 
Estaremos sempre ao lado dos eleitores crentes nos valores do 25 de abril, da tolerância, da diversidade, nunca caminhando ao lado daqueles que aproveitam o ódio para crescer. Por isso, o caminho do Partido Social Democrata para ser a alternativa de esperança e futuro será feito sozinho, terminado com um tabu de fim previsível.


Presidente do PSD Distrital de Castelo Branco
luis.santos@psdcastelobranco.pt 

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