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Regadio: Ministério não admite barragem de apoio a Santa Águeda

José Furtado - 09/02/2023 - 8:00

Gabinete da ministra da Agricultura diz que não está prevista uma nova barragem como pretende a Câmara Municipal de Castelo Branco, que não abre mão do objetivo.

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Câmara albicastrense não quer regadio assente exclusivamente em Santa Águeda. Foto arquivo

O Ministério da Agricultura e da Alimentação não admite a construção de uma barragem de apoio à albufeira de Santa Águeda para servir o projeto do regadio da zona sul da Gardunha, que foi apresentado pelas câmaras municipais de Castelo Branco e do Fundão.

A garantia foi deixada ao Reconquista, que pediu ao ministério para clarificar as declarações da ministra Maria do Céu Antunes no final do Conselho de Ministros realizado em Castelo Branco a 26 de janeiro. Nessa conferência de imprensa, o Reconquista questionou a ministra sobre o impasse no projeto devido às dúvidas do novo executivo da Câmara Municipal de Castelo Branco, que defende que o regadio não deve ser alimentado apenas pela barragem de Santa Águeda, propondo a construção de uma barragem de apoio no Barbaído.

Maria do Céu Antunes respondeu nessa altura que “há uma candidatura da Câmara Municipal de Castelo Branco já aprovada e neste momento também o Ministério da Agricultura, com o do Ambiente, estamos a trabalhar no sentido de prever que há uma complementaridade, que há uma disponibilidade de água que sirva os diversos fins”. Perante a palavra “complementaridade” e sem hipótese de o esclarecer durante essa conferência de imprensa ficava a dúvida sobre se o Governo teria cedido ao pedido da Câmara Municipal de Castelo Branco. A resposta veio dias depois, por escrito.

“Não, não está prevista a construção de uma barragem de apoio à barragem de Santa Águeda. O Ministério da Agricultura e da Alimentação está empenhado e continua a trabalhar com as autarquias de Castelo Branco e do Fundão no sentido que exista complementaridade nos diversos usos da água da barragem de Santa Águeda, também conhecida por barragem da Marateca, que prevê, desde 1991, para além do abastecimento urbano, um aproveitamento hidroagrícola. É nesse contexto que está atualmente previsto construir o bloco de rega da Marateca do regadio Gardunha Sul, com financiamento do Programa Nacional de Regadios, num montante total de apoio previsto de 15 milhões de euros”, respondeu o gabinete da ministra.

A Câmara Municipal de Castelo Branco não abre mão daquilo que tem vindo a defender desde que Leopoldo Rodrigues assumiu a presidência e herdou um projeto que já estava em marcha. Leopoldo Rodrigues, que o Reconquista ouviu antes de receber uma resposta do ministério, reiterou que o município “não pode tomar uma decisão que possa pôr em causa a curto, médio ou longo prazo o fornecimento de água para consumo humano ao concelho de Castelo Branco”. Para ele “os albicastrenses não entenderiam outra posição da parte do presidente da câmara municipal”.

Leopoldo Rodrigues afirma que a Câmara Municipal de Castelo Branco só dará aval ao projeto quando houver uma garantia de concretização da barragem do Barbaído. O Governo já aprovou um financiamento de 15 milhões de euros para a obra “mas não existe um projeto de execução, ou seja, na prática não sabemos quanto vai custar”, afirma o autarca, que desta forma assinala que ainda há margem para incluir a barragem do Barbaído. E quer deixar claro que a atual gestão da Câmara Municipal de Castelo Branco não só não é contra o regadio como o considera fundamental para o desenvolvimento agrícola da região. “Mas não podemos, em nenhuma circunstância, pôr em causa o abastecimento de água a Castelo Branco”.

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