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Retratos: Aniversário

JC - 13/05/2021 - 9:45

Jeremias, presidente da Brigada do Reumático, não há uma semana que não leia o Jornalão do Burgo que está a assinalar 76 anos de existência. - “É um hábito, às quintas-feiras estou sempre à espera que chegue o carteiro”, começa por referir para os companheiros e camaradas de BR que, tal como ele, são leitores assíduos da publicação.
- “E vejam lá que até nos puseram, e já passaram 25 anos, numa rubrica semanal a que chamam de Retratos”, sublinhou Godofredo, lembrando muitas das histórias que por lá passaram, como aquela em que Perfeito, antigo presidente do Burgo, resolveu de vez os barulhos provocados pelo camião de recolha do lixo que diariamente estacionava, com os motores ligados, em plena madrugada no Largo de D. Juan. Era a hora do mata bicho, numa tasquinha que ali existia e que servia umas bifanas no pão e umas sandes de queijo fresco de comer e chorar por mais. Só que os homens nunca desligavam o motor do camião e a vizinhança acordava com o barulho”, disse.
- “Ena! já não me lembrava dessa! Agora recordo que Perfeito informou o seu motorista que numa madrugada teriam que partir para a Kapital. Às 4 da manhã estavam os dois dentro da viatura oficial do presidente. Impecavelmente vestido, era assim que sempre andava, nesse dia com fato e gravata, o motorista preparava-se para sair do Burgo, quando Perfeito lhe disse: vamos ali ao Largo de D. Juan. E lá estava o dito camião, com o motor ligado e a fazer o barulho do costume. Perfeito indicou, então, ao seu companheiro de viagemque saísse do carro e levasse o camião de volta ao estaleiro, que ele levaria o carro. Os homens da recolha do lixo, quando saíram do dito café apanharam o um susto de morte: tinham perdido o camião do lixo…”, recordou Evaristo.
- “O que é certo, é que nunca mais deixaram o camião ligado a fazer barulho…”, disse a sorrir Jeremias.
- “De facto fazemos parte de uma história de muitas estórias em que enquanto narradores e personagens acabamos por ser vozes de irreverência, conforto e alento, mas também criticas quando é necessário. No fundo aquilo que desejamos é o melhor para o Burgo”, concluiu Godofredo, enquanto se preparava para recordar mais uma, entre milhares, de histórias publicadas no Retratos, aquela maldita crónica que nem todos conseguem encaixar…

JC

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