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São José: O pilar silencioso do projeto de Deus

Lídia Barata - 16/12/2021 - 9:00

O bispo D. Antonino Dias presidiu ao encerramento do Ano Jubilar de São José, na Igreja de São José Operário, em Castelo Branco, por ser a maior da Diocese a ter este orago.

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Bispo convida à reflexão sobre a pergunta de Deus: "Onde estás?"

O bispo D. Antonino Dias presidiu quarta-feira, dia 8 de dezembro, à eucaristia solene de encerramento do Ano Jubilar de São José, convocado pelo Papa Francisco como modo de assinalar o 150.º aniversário da sua declaração como padroeiro da Igreja universal, pelo Beato Pio IX, a 8 de dezembro de 1870. A eucaristia realizou-se na Igreja de São José Operário, em Castelo Branco, por ser a maior da Diocese de Portalegre-Castelo Branco a ter o santo como orago.

Na sua homilia, o bispo diocesano destacou a diferença entre o “não” que Adão e Eva deram a Deus, e quais as consequências deste ato (começaram a ter medo, vergonha, esconderam-se e a vida ficou sem sentido) e o “sim” de Maria que, “com transparência total se disponibilizou a fazer parte desse projeto de Deus para salvação da humanidade, mulher prometida depois da transgressão de Adão e Eva”.

E a cada cristão deixa a interpelação: “quantas vezes dizemos não a Deus?” Muitas vezes “preparamo-nos interiormente para dizer sim, mas vivemos nesta tensão constante. Como dizia São Paulo, tantas vezes fazemos o mal que não queremos e nem sempre fazemos o bem que desejamos”. Realçou ainda que “hoje vivemos numa sociedade em que os cristãos não dizem não, nem sim a Deus. Vivem com total indiferença. Nada contra Deus, mas tudo sem Deus”. E se em algum momento da vida é invocado “é como se fosse uma espécie de bombeiro, a quem só se bate à porta para acudir a alguma aflição, ou quando a saúde falta”. D. Antonino Dias lamenta que haja hoje cristãos “que não rezam, nem ensinam a rezar. Vivem na indiferença, esquecendo-se que Deus nos deu a sua última palavra, o seu próprio filho, que chega até nós pelo sim de Maria, que se disponibilizou, com todas as consequências que dai advieram para a sua vida”. Maria esteve sempre presente e com ela “estava José, uma pessoa que a história da própria igreja sempre amou, mas que viveu sempre no silêncio. É o homem da escuta, do silêncio, do esquecimento, mas no entanto esteve sempre presente. Apesar de todas as dificuldades que ele e a sua família enfrentaram nunca desistiu, nunca bateu o pé, aceitou o projeto da Igreja, com alegria, apesar do sofrimento”.

A igreja foi reconhecendo a sua entrega, devotando-lhe o mês de março, tal como lhe são dedicadas as quartas-feiras, ou a oração a São José que as comunidades rezam em outubro, no mês do Rosário. Figura destacada pelos vários papas, entre eles Francisco que, publicou a Carta Apostólica “Patris Corde” (com coração de pai), que proclamou este ano jubilar e compara à sua imagem muitos pais de família, com um papel importante na construção da sociedade, dedicados, trabalhadores. “Não encerramos a devoção a José, apenas o ano que lhe é dedicado”, sublinha o prelado, que recorda que Deus perguntou a Adão “Onde é que tu estás?”, e ele “respondeu de longe, com medo, vergonha, pois a vida tinha perdido o sentido”. E reitera que “esta pergunta hoje é feita pelo Senhor a cada um de nós: Onde é que tu estás? Escondido? Com vergonha? Indiferente? Deus não conta para ti? Faz sentido a vida com a presença de Deus, com o Sim de Maria e o testemunho de José?”. E cada um de nós deve refletir: “Onde estou? Qual é o meu testemunho do seio da comunidade? Qual é a minha participação? Como é que eu ajudo a construir? Como é que me sinto enviado pelo Senhor? Tantas perguntas, mas a resposta é de cada um. Que saibamos com a ajuda de São José, patrono da igreja universal saber dizer sim como Maria, e deixar fazer eco dentro de nós a pergunta feita a Adão e Eva: Onde é que tu estás?”.

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