A mais bela catedral portuguesa quinhentista, que acaba de ser alvo de longo e exigente processo de estudo, conservação, restauro e reabilitação do seu património integrado, é um dos temas tratados no n.º 39 da revista Monumentos, editada pela Direção Geral do Património Cultural, e cujo lançamento decorre a 10 de março no auditório do Museu da Tapeçaria-Guy Fino.
Esta Sé preserva o acervo integral dos retábulos de nove altares produzidos entre o final do século XVI e cerca de 1630. Tudo atesta o gosto actualizado dos vários titulares do Bispado (criado em 1549) com a escolha de alguns dos melhores artistas do Reino, como sucede na capela-mor com o soberbo conjunto retabular lavrado c. 1590-1595 pelo escultor-ensamblador Gaspar Coelho e que envolve as nove tábuas do pintor régio Fernão Gomes.
As soluções de ‘aggiornamento’ adoptadas tornam esta Sé um ‘unicum’ na paisagem monumental das catedrais do nosso país -- não só em termos quantitativos (o mais extenso e qualificado acervo artístico do Maneirismo reunido num só espaço) como também em termos de qualidade artística. Não existe outro caso assim em toda a arte portuguesa da Idade Moderna !