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Semana de oração pela unidade dos cristãos

- 12/01/2023 - 10:46

O grupo de trabalho indicado pelo Conselho de Igrejas de Minnesota escolheu este versículo do primeiro capítulo do profeta Isaías como texto central para a Semana de Oração: “Aprendei a fazer o bem, procurai a justiça, chamai à razão o espoliador, fazei justiça ao órfão, tomai a defesa da viúva” (1,17).

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Foto: arquidiocese de Passo Fundo

O grupo de trabalho indicado pelo Conselho de Igrejas de Minnesota escolheu este versículo do primeiro capítulo do profeta Isaías como texto central para a Semana de Oração: “Aprendei a fazer o bem, procurai a justiça, chamai à razão o espoliador, fazei justiça ao órfão, tomai a defesa da viúva” (1,17).

Aprendei a fazer o bem

Aprender a fazer o que é certo requer a decisão de entrar num processo de autorreflexão. A Semana de Oração é o tempo perfeito para os cristãos reconhecerem que as nossas Igrejas e confissões não podem ficar separadas por conta das divisões que existem dentro da mais ampla família humana.
Orar juntos pela unidade dos cristãos nos permite uma reflexão sobre aquilo que nos une e nos compromete a enfrentar a opressão e a divisão vivida na humanidade.

Procurai a justiça

A busca pela justiça requer que enfrentemos aqueles que fazem o mal a outros. Isso não é uma tarefa fácil e algumas vezes levará a conflitos, mas Jesus assegura que buscar a justiça contra a opressão nos leva ao Reino dos céus. “Felizes os perseguidos por causa da justiça: deles é o Reino dos céus” (Mt 5,10). As Igrejas em muitas partes do mundo percebem como se acomodaram diante de normas sociais e como se calaram ou foram cúmplices no que diz respeito à injustiça social. O preconceito racial tem sido uma das causas da divisão cristã que despedaçou o Corpo de Cristo. Ideologias tóxicas, como a Supremacia Branca e a doutrina da descoberta 2 tem causado muitos danos, particularmente na América do Norte e em terras por todo o mundo, colonizadas por poderes europeus brancos ao longo dos séculos. Como cristãos precisamos querer desmontar sistemas de opressão e defender a justiça.

Socorrer os oprimidos

A Bíblia nos diz que não podemos separar a nossa relação com Cristo da nossa atitude em relação ao povo de Deus, particularmente com os que são considerados “os mais pequeninos” (Mt 25,40). O nosso compromisso de uns para com os outros requer uma atitude de mishpat, palavra hebraica para justiça restaurativa, defendendo aqueles cujas vozes não foram ouvidas, desmantelando estruturas que criam e alimentam a injustiça, e construindo outras que promovam e garantam que todos recebam o justo tratamento e tenham os seus direitos respeitados. Esse trabalho precisa se estender para além de nossos amigos, família e congregações, abrangendo o conjunto da humanidade. Os cristãos são chamados a ouvir os gritos dos que estão sofrendo, para compreender melhor e responder às histórias de seus sofrimentos e traumas.

Defender o órfão, 
zelar pela viúva 

Viúvas e órfãos ocupam um lugar especial na Bíblia hebraica, junto com estrangeiros, como representantes dos membros mais vulneráveis da sociedade. No contexto do sucesso econômico em Judá no tempo de Isaías, a situação dos órfãos e das viúvas era desesperadora, estavam desprovidos de proteção e do direito de possuir terra e, portanto, não tinham capacidade de cuidar de suas necessidades. O profeta faz um apelo à comunidade, que gozava de prosperidade, para não negligenciar, para defender e nutrir os mais pobres e mais vulneráveis que estavam ali. Esse apelo profético ecoa em nosso tempo, quando consideramos quais são as pessoas mais vulneráveis na nossa sociedade?

Conclusão

Isaías desafiou o povo de Deus de seu tempo a aprender a fazer o bem juntos, a socorrer juntos os
oprimidos, a defender o órfão e zelar pela viúva unidos. A desafiante proposta se aplica igualmente
a nós hoje. Como podemos viver nossa unidade como cristãos para enfrentar os males e injustiças
de nosso tempo? Como podemos entrar em diálogo, aumentar a percepção, a compreensão e a
visão sobre as experiências de vida uns dos outros?
Essas preces e encontros de coração têm o poder de nos transformar – individual e coletivamente.
Estejamos abertos à presença de Deus em todos os nossos encontros uns com os outros, enquanto
buscamos ser transformados para desmantelar os sistemas de opressão e curar os pecados de
racismo. Lutemos jutos na luta pela justiça na nossa sociedade. Todos pertencemos a Cristo.

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