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Símbolos JMJ: Todos devem assumir o papel de “influencers”

Lídia Barata/José Furtado - 11/03/2022 - 10:23

Entusiasmo contagiante e espírito missionário. Foi este o sentimento que se destacou na peregrinação dos símbolos pela Diocese de Portalegre-Castelo Branco.

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A passagem de testemunho à Diocese da Guarda decorreu no Parque da Cidade

A Diocese de Portalegre-Castelo Branco “escancarou” as portas para acolher a Cruz e o Ícone mariano, símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que foram entregues sábado, dia 5 de março, à Diocese da Guarda, numa cerimónia no parque da cidade. O bispo diocesano deixou ao Reconquista um balanço positivo. “Foi um desafio muito interessante, uma graça para a Diocese, sobretudo para sensibilizar, despertar, para mobilizar as pessoas, para lhes chamar a atenção, porque não sensibilizou só os jovens, mas também as comunidades, as famílias, toda a sociedade civil e as autoridades. Estamos todos na mesma onda e vamos ver se conseguimos um número significativo de jovens da Diocese neste encontro mundial”, referiu D. Antonino Dias.

E à pressa no ar, que dá mote ao hino da JMJ, juntou-se “o ânimo dos jovens que se empenharam a sério com isto. É esse o grande motor de uma caminhada que é, por vezes, mais importante que o evento que a motiva, pois é feita de catequese, preparação espiritual e aprofundamento da fé”.

Um caminho que se faz caminhando, com D. Américo Aguiar como “guia”. O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, faz um balanço “muito positivo e surpreendente”, contrariando todos os “sound bites” sobre o alegado desinteresse dos jovens em algumas geografias. Mas pelo contrário responderam à chamada. “O Papa Francisco pede-nos esta Igreja sinodal, disponível, de escuta, de ir ao encontro e quando o fazemos as coisas acontecem”, sublinha, reiterando que “os jovens estão com uma sede de vir, de serem escutados, de fazerem caminho em conjunto e nestes dias nesta Diocese testemunhei, mais uma vez, como dizia o nosso poeta: Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”.

O convite é para todos, “dos oito aos 80”, apesar de a Lisboa só participarem jovens dos 14 aos 30 anos. Todos são chamados a ser ‘influencers’ (expressão utilizada para classificar os influenciadores das redes digitais) e contagiar outros, ao longo “deste caminho sinodal que fazemos juntos e daquilo que desta sementeira há de significar de colheita das gerações futuras, seja em vocações, em cidadania, em toda a sociedade, porque toca a todos, independentemente da religião, classe social ou idade”. É esse o sentimento que regista. “Como aprendi no Panamá (que acolheu a última JMJ em 2019): nem todos servimos para tudo, mas todos servimos para algo”, o que há de significar “o necessário para acolhermos a juventude do mundo inteiro, num tempo tão difícil e sensível, de pandemia, de crise económica e agora, infelizmente, de uma dolorosa guerra no coração da Europa, que nos deve também mobilizar. Desejo, espero e rezo para que em agosto de 2023 esta seja apenas uma má memória de um acontecimento triste e nebuloso da sociedade e da nossa história”.

FINAL O padre Nuno Folgado, responsável das paróquias de Castelo Branco, traçou, em conjunto com o padre Eugénio da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, o programa local. Considera que os símbolos são “um conteúdo dado aos jovens”, para que contagiem outros. “Eles gostam de estar, gostam de participar, portanto imaginam que os outros também hão de gostar. Mas é difícil chegar ao pé de alguém e dizer ‘vem comigo’, sem um porquê ou um fazer o quê. Mas se for ‘vem comigo rezar noite dentro à volta de uma Cruz e de um Ícone de Nossa Senhora’, pode não ser à partida uma ideia aliciante, mas é qualquer coisa que à partida questiona. E o questionamento é a brecha pela qual o mistério entra. Quando só temos certezas é difícil que Deus se meta connosco, mas quando questionamos, pode ser que Deus se meta connosco e nos dê Ele a resposta”, afirma.

Castelo Branco tem um grupo de jovens a preparar-se para rumar a Lisboa, integrando o grupo dos mais velhos na catequese e os exploradores, pioneiros e caminheiros dos escuteiros (lenços verdes, azuis e vermelhos).

Corpo Nacional de Escutas estava a contar ter este ano a JMJ (adiada devido à pandemia) e para o ano o Acanac- Acampamento Nacional de Escutas, que de 1 a 7 de agosto vai celebrar o centenário da organização, mas “invertemos e temos este ano o Acanac, já com cerca de 100 inscritos, um contingente muito importante, e para o ano os números hão de ser semelhantes para participar na JMJ”. caminho para participar “é aproximar-se dos outros jovens. Não tem de ser um grupo institucional da igreja, nem paroquial no sentido mais formal”, basta “olhar à volta. Com certeza que no seu raio de ação, na turma, no grupo de amigos, no bar onde vai à noite há de haver alguém que sabe o que é a JMJ e como ir. É juntar-se aos outros jovens e formarem pequenos ‘clusters’ para se organizarem”.

Em Castelo Branco os símbolos foram entregues à comitiva da Guarda. O bispo daquela Diocese confia que os jovens “vão pegar nisto com muita esperança, com muito entusiasmo, sabendo que é uma oportunidade que não podem perder de avivar a fé”, mas “também as comunidades e os fiéis, uns mais jovens, outros menos jovens, mas o objetivo é que a mensagem chegue a todas as pessoas”. Mas, D. Manuel Felício ressalva que “além da organização, é importante que todos acreditem que são tocados interiormente pela força da luz e do espírito” que conduz. “Vim aqui fortalecer essa esperança e levo um bom testemunho, um grande incentivo e uma grande responsabilidade, a qual confio à Nossa Senhora da Saúde do Povo Romano, que também foi saúde do povo de Portalegre-Castelo Branco e também será saúde do povo da Guarda”.

A mudança de diocese não implica a mudança de distrito, pois há alguns arciprestados da Guarda cujos territórios pertencem a Castelo Branco. Nesse sentido, no distrito, os símbolos da JMJ vão estar no Arciprestado de Fundão/Penamacor, de dia 13 a 17, e no Arciprestado de Covilhã/Belmonte de 17 a 20 de março.

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