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Sobreira Formosa: História recordada na passagem dos 800 anos do Foral

Reconquista - 18/05/2022 - 18:00

Tal como há 800 anos, João Lobo considera que "estes territórios continuam a sentir a necessidade de fixar população”.

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Teatro à Faca exaltou "as três formosas"

Tal como há 800 anos, "estes territórios continuam a sentir a necessidade de fixar população”. A afirmação é de João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, durante a celebração da atribuição do Foral a Sobreira Formosa, em 1222, outorgado por D. Constança Sanches, filha ilegítima do rei D. Sancho I, na altura em que se presume estaria a formar-se a antiga Vila Nova (primeira designação de Sobreira Formosa), como núcleo populacional. Dia 15 de maio, no Edifício dos Fortes e Baterias, Maria da Graça Vicente, especialista em História Medieval, António Manuel Silva, reitor da Universidade Sénior de Proença-a-Nova, e António Gil Dias, professor de português, refletiram sobre este foral.

“Ao longo destes 800 anos, Sobreira Formosa atravessou muitas mudanças, viu extinto o seu concelho em 1855, distinguiu-se pela sua atividade comercial e hoje em dia ressente-se de um problema que é transversal a todo o país e que tem a ver com a questão da demografia. A história vai-se fazendo a cada capítulo, a cada tempo, e traduz-se também na aprendizagem que muitas vezes nos traz para desenharmos o nosso presente e perspetivarmos o futuro”, recorda João Lobo.

Maria da Graça Vicente referiu-se ao estatuto jurídico do território, às sanções por incumprimentos ou ao pagamento de portagens, incluídas neste “documento identitário”. Mas, “uma carta de foral era também, e antes de mais, uma carta de privilégios, por isso era guardada na arca do concelho, juntamente com outros documentos e insígnias, um selo que representava a personalidade jurídica da vila, representava igualmente o garante das liberdades do concelho e seus moradores. Nos ataques do inimigo um dos alvos a eliminar era não raras vezes a arca do concelho que era destruída apagando deste modo a identidade da vila”.

António Manuel Silva falou da evolução administrativa de Sobreira Formosa que chegou a ser concelho, fez parte da Estremadura, antes de integrar a Beira Baixa, pertenceu à Comarca de Tomar e à diocese da Guarda. Já António Gil Dias referiu-se à dificuldade de adaptar para português corrente o português arcaico, pois “esta versão é em língua vernácula do século XIV, com algumas falhas na legibilidade de certos locais que aparecem truncados nas anotações dos séculos XV e XVI”.

João Manso, vice-presidente da autarquia, afirmou que o Município irá investir na revisão do documento, depois de ter contribuído para a sua recuperação, num contacto direto com a Torre do Tombo.

O grupo Teatro à Faca apresentou as três formosas da Sobreira Formosa, baseando-se numa das lendas sobre a origem do nome, numa produção original exclusiva para o evento realizada no âmbito do projeto Beira Baixa Cultural 2.0, cofinanciado pelo Centro 2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia.

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