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Dia do Pai

- 23/03/2017 - 10:51

D. Antonino Dias, na sua página do facebook tem uma interessante reflexão sobre o dia do pai, celebrada a 19 de março. Transcrevemos a parte em que fala dos “pais de filhos órfãos”.

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FOTO www.vip.pt

D. Antonino Dias, na sua página do facebook tem uma interessante reflexão sobre o dia do pai, celebrada a 19 de março. Transcrevemos a parte em que fala dos “pais de filhos órfãos”: “ O escritor Sergio Sinay, sociólogo e jornalista formado na Argentina e com vários livros publicados, chamou a um dos seus livros “Sociedade dos filhos órfãos”, uma crítica ao modo de vida da atualidade, em que os pais delegam o seu dever de educar a escolas, a outras instituições e até às novas tecnologias, transmitindo a falsa ideia de que o seu papel de pais é insignificante ou facilmente substituível. E não é. É verdade, como ele afirmou numa entrevista a Isabel Clemente, jornalista no Brasil, é verdade que “sempre houve pais que não assumem responsabilidades e sempre haverá. Mas nunca houve como hoje um fenómeno social tão amplo e profundo a ponto de criar uma geração de filhos órfãos de pais vivos. Pela primeira vez podemos dizer, infelizmente, que os filhos com pais presentes que cumprem suas funções são uma minoria”. E mais diz, em relação aos pais que ficam irritados com o que ele escreve. Eles irritam-se “porque muita gente não gosta de escutar ou ler o que precisa, apenas o que gosta. Os pais de filhos órfãos, em sua maioria, não admitem a sua própria conduta e acreditam que ser pai e mãe consiste em comprar coisas para os filhos, matriculá-los em escolas caras, dar celulares e computadores modernos”. Relaciona o fracasso dos pais na educação dos filhos ao medo que eles têm da reprovação infantil: “O medo vem de uma cultura que transformou as relações humanas em transações comerciais. As pessoas se enxergam como recursos ou clientes. Os pais tratam de comprar o amor dos filhos e temem que o cliente não esteja contente. O carinho dos filhos não se compra. Amor se constrói com presença, atitudes, e assumindo a responsabilidade de liderar o caminho dessa vida em direção à autonomia. Para isso, há que se estabelecer limites, marcar as fronteiras, frustrar. Criar e educar é também frustrar, ensinar que nem tudo é possível. Só assim se ensina a escolher. E só quem escolhe pode ser livre. Os pais, no entanto, têm medo de não ser simpáticos, então se esquecem de ser pais que é o que os filhos precisam”. Ao referir-se a modelos passados, Sergio Sinay afirma: “Aquele modo de educar tinha muitas limitações e era muito rígido em muitos aspetos. Mas se sabia claramente quem eram os pais e quem eram os filhos. Os pais não tinham medo de atuar como pais, ainda que às vezes cometessem excessos em sua autoridade. Mas é sempre mais fácil corrigir um excesso do que superar uma ausência. Alguém pode mudar um modelo pobre ou insuficiente. Muito mais grave é não ter modelo”.
Nem sempre o educar é fácil, mas “não se pode ter medo de tomar decisões, dizer não, proibir certas relações perigosas. Os filhos vão protestar, tentarão transgredir. Isso não é um problema, é parte do processo. Os filhos sempre buscarão transgredir para crescer. O problema é quando os pais viram o rosto, olham para o outro lado, não estabelecem limites ou têm medo dos filhos. Ser pai com amor e presença não significa converter-se em uma pessoa simpática, em um animador de televisão. Às vezes, há que se tomar medidas duras”.

 

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