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Ténis: As saudades que eu já tenho…

Artur Jorge - 01/05/2020 - 11:43

O coordenador geral da academia afeta ao Albi Sport Clube nota na abordagem online com os seus alunos ansiedade e saturação. O regresso só será feito de acordo com diretrizes superiores.

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Pedro Semião nunca esteve tanto tempo afastado dos campos em 35 anos de ligação ao ténis

Em 35 anos de ligação ao ténis, 19 dos quais como treinador, o professor Pedro Semião nunca esteve tanto tempo afastado de um court. Para superar o confinamento e a privação da atividade ao ar livre, criou uma série de rotinas diárias para se manter motivado e procurar “sair mais forte desta situação”.

“Se, por um lado, a nível profissional e tenístico, sentimos a falta de determinadas rotinas, por outro, existe a oportunidade de quem está em isolamento social, em casa, reforçar laços familiares e, nesse sentido, devemos olhar para as oportunidades positivas que também estão a surgir nesta altura”. Ser positivo é uma das ‘armas’.

O responsável pela academia de ténis afeta ao Albi Sport Clube, destaca a “abordagem virtual” que mantém com os alunos. “Desde o dia em que decidimos suspender as atividades, a 13 de março, criámos alguns serviços online que já existiam presencialmente na academia, nomeadamente programas de treino físico em pequenos grupos, aulas de pilates e consultas e acompanhamento de tratamentos na área da fisioterapia”.

Neste momento a escola da modalidade não tem qualquer receita e isso, inevitavelmente, “terá impacto negativo na estrutura, porque continuamos com quase todas as despesas”. “Estamos atentos a oportunidades e projetos que surjam para uma recuperação económica na área do ténis e também a eventuais apoios, nomeadamente das instituições oficiais”, acrescenta. Neste aspeto, Pedro Semião tem esperança que “surjam apoios diretos da parte da Federação Portuguesa de Ténis e da Associação de Ténis de Castelo Branco, pois estamos perante uma situação que atinge todos os clubes, treinadores e até jogadores profissionais”.

O regresso à normalidade é uma incerteza e “isso dificulta a criação de estratégias para programar e reiniciar a nossa atividade no ténis”. A equipa da Academia de Ténis está “a criar alguns projetos internos” e mostra-se preparada para o reinício “de forma gradual ou total”, mas – vinca Semião – “só quando as condições de segurança e saúde dos alunos e treinadores estiverem garantidas e apenas se as autoridades de saúde, Governo e autarquia autorizarem”.

Questionamos Pedro Semião se do ponto de vista psicológico este confinamento das crianças deixará marcas? Um dado para avaliar posteriormente: “Após o início dos treinos e das competições, quando começarmos o trabalho de campo, será mais fiável efetuar uma avaliação concreta ao impacto que este isolamento teve a nível mental nos jovens”, mas acredita que a adversidade será superada. “Sempre transmiti aos meus alunos, mesmo antes desta pandemia, que perante a adversidade devemos procurar a oportunidade. Durante as sessões online que realizamos com alguns alunos, nomeadamente com os grupos de competição, tentamos perceber como estão os jovens e as respostas são várias. Manifestam-nos as saudades do ténis, dos torneios, da interação com colegas e treinadores. Estão com vontade de voltar a jogar e não escondem saturação por estarem já há tantos dias em casa”.

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